Urgente: Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renuncia
Sob pressão por falhar em responder a acusações de assédio sexual envolvendo uma figura influente em seu governo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apresentou sua renúncia nesta quinta-feira (7)...
Sob pressão por falhar em responder a acusações de assédio sexual envolvendo uma figura influente em seu governo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apresentou sua renúncia nesta quinta-feira (7), em pronunciamento ao vivo, em frente à sua residência oficial, Downing Street, nº 10, neste momento.
A imprensa britânica já antecipava ao longo da manhã que ele renunciaria. Minutos antes do pronunciamento, em outro indicativo da queda, o recém-derrubado premiê fez reformulações no comando de diversos ministérios.
“Está claro agora, no Partido Conservador, que deve haver um novo líder do partido e, logo, um novo primeiro-ministro”, disse Johnson.
“O processo para escolher o novo líder deve começar agora”, acrescentou.
Johnson informou que o calendário para a escolha do novo líder deve ser anunciado na semana que vem.
Com a queda, o Partido Conservador, que ainda mantém sua maioria em Westminster, o parlamento britânico, deve eleger um novo primeiro-ministro e líder da legenda.
Nesse contexto, Johnson informou que deverá permanecer no cargo, interinamente, até a eleição de seu sucessor.
Diferentemente do ocorrido na última queda de um premiê, quando Theresa May renunciou sob prantos em 2019, não há um favorito claro para a sucessão.
Johnson tem sido repreendido por ter ignorado denúncias de assédio sexual contra o parlamentar Chris Pincher quando o nomeou “vice-líder da maioria” (deputy chief-whip) no Parlamento, em fevereiro, e por ter mentido sobre isso.
A queda ocorreu após uma leva de, pelo menos, 59 funcionários de alto escalão, incluindo ministros, pedirem demissão, em virtude do escândalo, desde segunda-feira (4), segundo estimativa da rede de televisão Sky News.
Johnson tinha indicado, em sessão parlamentar na manhã da quarta-feira (6), que manteria o seu “mandato colossal”, conquistado na vitória sólida dos Tories, como os conservadores são conhecidos, nas eleições de 2019, pondo fim à primeira das grandes crises de seu governo, ligada ao Brexit.
No decorrer da quarta, a imprensa britânica já reportava que grande parte dos funcionários do alto escalão do governo remanescentes se mobilizaram em Downing Street, nº 10, a residência oficial do primeiro-ministro, para pressioná-lo a sair.
Caso Pincher
Em fevereiro deste ano, Johnson, que é o líder do Partido Conservador, nomeou o parlamentar Chris Pincher deputy chief-whip, o equivalente a vice-líder da sigla, no Parlamento.
Pincher perdeu o título no dia 30 de junho, após se envolver em um escândalo de assédio sexual que ocorreu no dia anterior.
No domingo (3), a imprensa britânica revelou que Pincher já era alvo de denúncias de assédio sexual quando foi nomeado por Johnson vice-líder da maioria conservadora, em fevereiro.
Até aquele momento, o premiê alegava não ter conhecimento de nenhuma acusação de assédio sexual contra o parlamentar quando o promoveu.
Johnson, porém, voltou atrás na segunda-feira (4), e, por meio de seu porta-voz, assumiu que estava a par de algumas denúncias, que teriam sido “resolvidas ou não procederam a uma reclamação formal”.
Voto de não-confiança
No início de junho, Johnson sobreviveu a um voto de desconfiança do Parlamento no contexto de um outro escândalo, o “partygate”, envolvendo uma festa na residência oficial do premiê durante em plena quarentena na pandemia de Covid.
Na ocasião, mais de 40% dos parlamentares do Partido Conservador votaram para removê-lo do cargo.
Segundo o regimento da legenda, outra moção de desconfiança só poderia ser posta em votação em 12 meses.
Entretanto, a imprensa britânica informou que, nos bastidores, os Tories cogitaram aproveitar o período de eleição de um novo comitê, em julho, para mudar o seu regimento, e, eventualmente, antecipar um voto de não-confiança.
A imagem do Partido Conservador já sofre desgaste acentuado desde o “partygate”. Os conservadores perderam dois assentos no parlamento, em sequência, em eleições especiais em meados de junho.
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