UE aprova 7,4 bilhões de euros para Egito conter emigração
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que tais acordos representam "a melhor maneira de abordar os fluxos migratórios"
A União Europeia anunciou um pacote de financiamento de 7,4 bilhões de euros para o Egito, elevando sua relação com o país a uma “parceria estratégica”.
Este movimento faz parte de um esforço para conter os fluxos migratórios para a Europa, uma questão que tem preocupado diversos governos europeus. A iniciativa foi revelada durante a visita de uma delegação de líderes ao Cairo, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os primeiros-ministros da Itália, Grécia, Áustria, Bélgica, além do presidente do Chipre.
O financiamento proposto inclui 5 bilhões de euros em empréstimos concessionais e 1,8 bilhão de euros em investimentos, com 600 milhões de euros destinados especificamente para gestão migratória, incluindo 200 milhões de euros em doações. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que tais acordos representam “a melhor maneira de abordar os fluxos migratórios”.
Além do pacote financeiro, a UE busca intensificar a cooperação em áreas como energia renovável, comércio e segurança, apoiando a economia egípcia em dificuldades. Nos últimos meses, o Egito aliviou sua pressão financeira por meio de um acordo recorde de investimentos com os Emirados Árabes Unidos, ampliando seu programa com o FMI e desvalorizando significativamente sua moeda.
Este acordo surge em um contexto de crescente instabilidade na região, com o Egito atuando como mediador em conflitos como o de Gaza, onde tenta negociar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e a crise de deslocamento em massa no vizinho Sudão. A importância estratégica do Egito foi ressaltada por diplomatas, especialmente diante de tais conflitos.
Críticos, como a Human Rights Watch, argumentam que a UE está priorizando o controle migratório em detrimento dos direitos humanos, ignorando abusos em acordos similares com países como Tunísia e Mauritânia.
Sinwar e Hamas seguem populares em Gaza
Uma análise especial conduzida pela empresa de inteligência de negócios “Buzzilla” para o jornal israelense Maariv revela uma predominância de postagens e comentários positivos nas redes sociais árabes em Gaza, em apoio à organização terrorista Hamas e, especificamente, a Yahya Sinwar, seu líder máximo.
Nos últimos três períodos analisados, observou-se uma variação significativa nas interações online. Inicialmente, de 25 de fevereiro a 2 de março, quase 20.000 interações focavam em Sinwar, com a grande maioria sendo positiva, centrando-se na possibilidade de um acordo de reféns e na guerra.
Posteriormente, de 3 a 9 de março, um salto para quase 44.000 interações foi notado, atribuído à cobertura de um potencial acordo de cessar-fogo antes do Ramadã. Neste período, apesar de um leve aumento em reações negativas, o apoio a Sinwar permaneceu robusto.
Curiosamente, no período de 10 a 13 de março, as reações positivas em relação à liderança do Hamas em Gaza aumentaram novamente, contrastando com críticas severas a Israel, especialmente diante da falta de um cessar-fogo antes do Ramadã.
O aumento do engajamento positivo em relação ao Hamas foi também relacionado a relatórios sobre a aparente eliminação de Marwan Issa por Israel.
Yahya Sinwar é acusado em casos de abusos sexuais e pedofilia
Yahya Sinwar e seu irmão Muhammed foram acusados de diversos crimes sexuais, incluindo estupro e até pedofilia, por membros do Hamas presos com eles, conforme revelou o pesquisador israelense Baruch Yedid em entrevista nesta quarta, 21.
Yedid detalhou que, desde 2005, Muhammad Sinwar ocupa o cargo de Comandante da Brigada de Khan Yunis e é membro da liderança militar do Hamas, responsável pela construção de um extenso túnel recentemente descoberto.
“Yahya foi liberado em 2011, no acordo de Shalit. Quando ainda estava preso, líderes militares e da prisão o informaram sobre o envolvimento do irmão mais novo em uma série de atos de pedofilia e assédio sexual a meninos, incluindo membros do próprio Hamas”, disse Yedid.
Esses incidentes teriam ocorrido tanto na prisão como quando Muhammad já era um alto membro do Hamas na Faixa de Gaza. Yahya teria proibido qualquer investigação além das que ele mesmo conduziu.
Na prisão de Ofer, na Cisjordânia, no início dos anos 2000, dois homens do Hamas estupraram um jovem prisioneiro palestino, e Yahya novamente impediu que o caso fosse investigado, temendo que isso levasse a uma investigação sobre seu irmão.
A fonte dessas informações foi Samir Kuntar, o mesmo que assassinou a família Haran em 1979, liberado em 2008 e morto na Síria em 2015. Kuntar relatou a oficiais israelenses que Sinwar proibia a investigação desses casos.
Informações vindas de fontes palestinas em Ramallah indicam que há arquivos de inteligência sobre abusos sexuais cometidos por Yahya. Uma das acusações detalha que, durante sua detenção na prisão de Ashkelon, Yahya manteve “acessórios de silicone” em sua cela, utilizados também para assédio sexual.
Ainda segundo Yedid, há alegações de membros do Hamas de que seus nomes não foram incluídos na lista de libertados no acordo de Shalit, unicamente porque Muhammad Sinwar não desejava que estivessem livres devido ao envolvimento com os escândalos sexuais.
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