Ucrânia chama posse de Maduro de farsa e alinha discurso com a UE
"O povo venezuelano foi roubado de sua decisão", afirmou o ministro ucraniano das Relações Exteriores
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiga, classificou como uma “farsa” a posse de Nicolás Maduro na Venezuela. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que o povo venezuelano foi “roubado” de sua decisão nas eleições.
“A chamada ‘investidura’ de Nicolás Maduro foi uma farsa”, escreveu Sibiga em sua conta na rede social X.
“O povo venezuelano foi roubado de sua decisão. Seguiremos apoiando o povo da Venezuela e insistindo que seus direitos e liberdades civis sejam respeitados”, concluiu.
Na sexta-feira, Nicolás Maduro assumiu seu terceiro mandato, alegando ter vencido as eleições fraudadas de 28 de julho. A cerimônia ocorreu na Assembleia Nacional, controlada pelo partido governista, em meio a acusações de fraude eleitoral pela oposição e protestos no país e no exterior contra a repressão do governo.
A União Europeia (UE) também questionou a legitimidade do regime venezuelano.
“As autoridades venezuelanas perderam uma oportunidade fundamental para respeitar a vontade do povo e assegurar uma transição democrática transparente com garantias para todos. Nicolás Maduro não tem, portanto, a legitimidade de um presidente democraticamente eleito”, afirmou Kaja Kallas, chefe da diplomacia da UE, em declaração oficial representando os 27 países do bloco.
Reconhecimento internacional
Vários países já reconheceram Edmundo González Urrutia como o vencedor das eleições de 28 de julho. Entre eles estão Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica, Peru, Panamá e Canadá.
O Peru foi o nono país a reconhecer a vitória de González. Em uma entrevista para a televisão, o chanceler peruano Elmer Schialer afirmou que o seu governo considera Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela.
“A defesa da democracia e dos direitos humanos por parte de María Corina Machado e Edmundo Gonzalez Urrutia é clara para todos, assim como o descumprimento da própria lei eleitoral venezuelana por parte do regime de Maduro”, afirmou o ministério de Relações Exteriores do Peru, em nota oficial nas redes sociais.
Lula
O presidente Lula tem evitado condenar a fraude eleitoral da Venezuela e as violações de direitos humanos.
O Brasil até hoje não reconheceu a vitória de Edmundo González Urrutia, que obteve o dobro de votos de Maduro.
Presença de ditadores
Nesta sexta, o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e o da Nicarágua, Daniel Ortega, chegaram a Caracas para acompanhar a posse de Maduro.
Leia em Crusoé: Maduro ainda está aqui
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)