TSE desiste de enviar técnicos à Venezuela após declarações falsas de Maduro
Tribunal brasileiro criticou o ditador venezuelano e disse que a Justiça "não admite" desqualificação do processo eleitoral com mentiras
Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, 24 de julho, o Tribunal Superior Eleitoral brasileiro rejeitou o envio de técnicos para as eleições previstas para o próximo domingo, 28, na Venezuela.
O motivo da recusa foram as declarações do ditador Nicolás Maduro na manhã desta quarta. Ao tentar defender a farsa eleitoral que está preparando, Maduro —amigo das esquerdas da América Latina— aderiu à narrativa bolsonarista e disse que as urnas no Brasil não são auditadas, o que é falso.
“É feita uma auditoria em tempo real, como vocês sabem, em 54% das seções eleitorais. Em que outro lugar do mundo eles fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral lá é impossível de auditar. No Brasil? Não auditam nem uma ata no Brasil“, declarou Maduro.
A alegação de falta de auditoria já havia sido desmentida pelo TSE brasileiro em 2021, quando a corte eleitoral publicou um vídeo explicando o processo.
Na mesma ocasião, o ditador da Venezuela ironizou o aliado Lula, que se disse preocupado com suas declarações sobre um “banho de sangue” no país em caso de derrota nas eleições. “Tome um chá de camomila”, disse o herdeiro de Hugo Chávez, sem citar nominalmente o petista.
Nota contundente
A nota em que o TSE anunciou sua recusa de participar da preparação da farsa eleitoral de Maduro foi contundente.
“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que [foi] afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, diz o comunicado do tribunal.
“A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, acrescenta a corte eleitoral.
Clique aqui para ler a análise de Carlos Graieb sobre o caso, “Bem feito para Lula”.
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