Trump compara gestão Biden a ‘Gestapo’
Ex-presidente intensifica ataques ao sistema judiciário em meio a julgamento em Nova York
Durante um encontro com doadores na Flórida, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou seus ataques contra a administração de Joe Biden, comparando à “Gestapo”, a polícia secreta nazista.
O evento ocorreu paralelamente ao seu julgamento em Nova York, onde Trump enfrenta um caso de pagamento de dinheiro para calar uma atriz pornográfica Diante de um público de financiadores, Trump descreveu a administração atual como uma ameaça à liberdade, acusando de manipular o sistema judiciário contra ele.
Em seu discurso, Trump também abordou o indiciamento do representante Henry Cuellar, argumentando que as acusações são politicamente motivadas e vinculadas a problemas na fronteira dos EUA com o México. Segundo ele, tais ações são exemplos de como o governo tem “armado” suas instituições para perseguir opositores políticos.
O encontro refletiu a continuidade do forte apoio que Trump mantém entre seus seguidores, apesar dos múltiplos desafios legais que enfrenta. O ex-presidente aproveitou a ocasião para reafirmar sua posição na corrida eleitoral para 2024, criticando abertamente as políticas do governo Biden e reiterando suas intenções de competir na próxima eleição presidencial.
O uso de metáforas políticas que comparam adversários ou políticas contemporâneas com o nazismo, como a referência à Gestapo, é frequentemente visto como problemático e insensível. Esse tipo de retórica é amplamente condenável porque tende a diminuir a gravidade e a singularidade do Holocausto, um dos maiores crimes contra a humanidade, que resultou na morte de milhões de judeus.
O que foi a Gestapo
A Gestapo, abreviação de “Geheime Staatspolizei” (Polícia Secreta do Estado), foi a polícia secreta oficial da Alemanha nazista, criada em 1933 e ativa até o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945.
Controlada inicialmente pelas forças de segurança da SS sob a liderança de Heinrich Himmler, a Gestapo tinha a função de investigar e combater todas as tendências consideradas hostis ao Estado nazista.
Isso incluía não apenas crimes como espionagem ou sabotagem, mas também ações e ideologias que os nazistas viam como politicamente adversas, como o comunismo, o pacifismo, o movimento de resistência e o judaísmo, entre outros. Os métodos da Gestapo eram brutalmente eficazes e notoriamente desumanos, incluindo tortura, execuções sumárias e deportações em massa.
A Gestapo também serviu de inspiração para outras organizações de segurança e repressão em vários países, incluindo o Brasil durante o Estado Novo, sob a liderança de Getúlio Vargas. Filinto Müller, que era chefe da polícia política no governo Vargas e notoriamente conhecido por suas simpatias pelo nazismo, modelou as práticas e estruturas da polícia política brasileira diretamente nas da Gestapo.
Essa influência é evidente na maneira como a polícia de Vargas lidava com oposicionistas e dissidentes, empregando métodos severos de vigilância, censura, tortura e outras formas de repressão para silenciar e eliminar oposição ao regime.
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