Trabalhadores de tecnologia do New York Times entram em greve no dia da eleição
Greve pode comprometer ferramentas de cobertura eleitoral em dia crucial para o jornal
Cerca de 600 trabalhadores da área de tecnologia do The New York Times entraram em greve nesta terça-feira, 5, dia da eleição presidencial nos Estados Unidos.
A paralisação ocorre após meses de negociações frustradas por um novo contrato, com o sindicato ameaçando intensificar os protestos se não houvesse acordo até a data eleitoral. Entre os serviços afetados estão o mapa eleitoral e a “agulha eleitoral” da plataforma, ferramentas que tradicionalmente atraem alto tráfego para o site do jornal.
“A decisão de estar na linha de frente hoje é difícil, mas queremos deixar claro que estamos aqui pelas decisões da gestão do New York Times”, declarou o sindicato em post nas redes sociais. A greve envolve trabalhadores responsáveis não apenas pela cobertura eleitoral, mas também pelos jogos Wordle e Crossword, o monitoramento de podcasts e do aplicativo de receitas da plataforma, o Cooking App.
A demanda dos trabalhadores abrange três principais pontos. Eles reivindicam proteção contra demissões arbitrárias, assegurando um processo de “justa causa” para rescisões. Buscam também garantias de que o atual modelo híbrido de trabalho será mantido, evitando mudanças unilaterais que possam restringir o home office. Por fim, exigem correção nas disparidades salariais, especialmente para mulheres e minorias, após estudo sindical apontar desigualdades significativas.
Representante do jornal, Danielle Rhoades Ha afirmou que a organização respeita o direito de greve, mas considerou o movimento “desnecessário” e incompatível com a missão do Times de informar o público em dia tão importante. Contudo, trabalhadores como a engenheira de software Sarah Duncan enfatizam que a data escolhida é proposital.
“É o nosso pico de audiência, quando o país acompanha o Times durante uma eleição presidencial. Demos o prazo, e a gestão não atendeu às nossas demandas, então estamos aqui por um contrato justo”, afirmou Duncan em entrevista à Fox News.
O sindicato de tecnologia do Times, criado em 2022, marca sua primeira grande greve, sinalizando a crescente tensão entre trabalhadores de tecnologia e grandes empresas de mídia, que buscam equilibrar inovação digital com demandas por condições de trabalho mais justas.
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