O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, disse que o governo brasileiro iniciou nesta quinta-feira, 21, a terceira operação de retirada de brasileiros e parentes palestinos da Faixa de Gaza desde que Israel reagiu aos ataques terroristas do Hamas. Ele falou ao portal G1.

O Brasil executou duas operações de retirada na região da Faixa de Gaza. Na última delas, nomeada Operação Voltando em Paz (foto), um grupo de 48 pessoas desembarcou em território nacional no dia 11 de dezembro. A maior parte desse grupo era composta por parentes de palestinos que já haviam sido retirados do território na primeira operação, em novembro.

A primeira chegada de brasileiros e parentes, em 13 de novembro, foi transformada em comício por Lula, que fez acusações gravíssimas contra Israel, num momento de crescimento do antissemitismo no mundo e no Brasil.

Esse não foi o único desconforto provocado pelo processo de repatriação.

O palestino-brasileiro Hasan Rabee, um dos repatriados, havia publicado em 2015 um comentário nas redes sociais sugerindo um ataque terrorista a Israel. Rabee apagou a postagem e afirmou que não se lembrava da publicação e que poderia tê-la feito “com raiva”.

Terceira operação

O número de repatriados desta vez ainda não foi informado.

De acordo com a Embaixada do Brasil no Egito, o terceiro grupo cruzou a fronteira entre Gaza e o Egito durante a manhã desta quinta. Há a expectativa de que 24 pessoas que foram impedidas de sair de Gaza na segunda operação estejam nesse terceiro grupo.

Cada operação de resgate envolve uma complexa rede de negociações e logística. Primeiro, as embaixadas dos países com cidadãos na Faixa de Gaza têm de submeter uma lista de nomes ao Egito e a Israel — e contar com a boa vontade dos terroristas do Hamas. Os países revisam e autorizam a saída dos cidadãos. Em seguida, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) é enviado ao aeroporto internacional do Cairo, no Egito, onde recolhe os cidadãos e os leva de volta ao Brasil.