“Telefonemas não deterão Putin”: parceiros da Otan criticam ligação de Scholz
Segundo o chanceler alemão, Olaf Scholz, a sua ligação para Putin foi importante para reafirmar que o apoio da Alemanha, da Europa e de outras nações à Ucrânia não diminuirá
O chanceler alemão Olaf Scholz (SPD) justificou seu recente telefonema com o ditador russo Vladimir Putin, uma iniciativa que gerou considerável controvérsia entre os parceiros da Otan.
Segundo Scholz, a ligação foi crucial para reafirmar que o apoio da Alemanha, da Europa e de outras nações à Ucrânia não diminuirá. “Foi importante deixar claro para Putin que ele deve trabalhar para encerrar o conflito”, declarou Scholz antes de partir para a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
O diálogo entre os dois líderes já estava previsto há algum tempo e, segundo Scholz, contribuiu para a compreensão de que as opiniões de Putin sobre o conflito permanecem inalteradas, o que é um sinal negativo.
Diante disso, Scholz destacou a importância de manter uma posição firme: “A Ucrânia pode contar conosco e nenhuma decisão será tomada sem sua participação”.
Scholz lamentou a ausência do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na reunião do G20. Apesar dos esforços do chanceler e de outros líderes para garantir sua presença, a Ucrânia não faz parte do grupo e Zelensky não foi convidado pelos anfitriões brasileiros.
Durante sua visita ao Brasil, Scholz pretende discutir temas como combate à pobreza, mudanças climáticas e os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio com os países membros do G20.
Críticas ao telefonema
A decisão de Scholz telefonar para Putin gerou reações adversas. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, questionou a eficácia das conversas com Putin, afirmando em uma plataforma online que “telefonemas não deterão Putin”.
Ele sublinhou que a diplomacia telefônica não substitui o apoio concreto do Ocidente à Ucrânia e alertou que as próximas semanas serão decisivas tanto para o conflito quanto para o futuro coletivo.
A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, também expressou preocupação. Ela enfatizou a necessidade de evitar um “concurso por atenção” ao Kremlin e pediu uma resposta coordenada entre os aliados europeus e os Estados Unidos, destacando a importância da colaboração com a Ucrânia.
Críticas adicionais vieram de membros da União e dos Verdes na Alemanha. O político da CDU Jürgen Hardt afirmou que Putin poderia interpretar o telefonema como um sinal de fraqueza por parte do chanceler alemão.
Johann Wadephul, também da CDU, sugeriu que Scholz tinha intenções mais voltadas para relações públicas do que para a proteção da Ucrânia. No âmbito doméstico, até mesmo dentro da coalizão governamental houve discordâncias.
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