Tecnologia em prol dos tigres: novo sistema de monitoramento busca salvaguardar o habitat destes animais
Descubra como tecnologia avançada impulsiona a conservação dos tigres, prometendo um futuro mais brilhante para esta espécie emblemática.
A extinção dos tigres é uma constante preocupação para conservacionistas em todo o mundo. Anteriormente, estes majestosos animais ocupavam vastas áreas nas regiões euro-asiáticas, das ilhas indonésias de Sumatra, Java e Bali até o Mar Cáspio. Atualmente, no entanto, os tigres habitam apenas dez países, representando uma ínfima fração do que foi originalmente sua área de distribuição.
Esta redução drástica em seu habitat natural é motivo de alarme e desencadeou ações conjuntas de diferentes organizações. Dentre elas, a Nasa, a Agência Espacial Europeia (Esa) e o Google Earth Engine uniram esforços para desenvolver um inovador sistema de monitoramento em tempo real intitulado “TCL 3.0” (Panoramas de Conservação de Tigres).
Porque é necessária uma ação urgente?
Este sistema de mapeamento visa fornecer informações precisas e atualizadas que permitam identificar áreas prioritárias para a preservação e monitorar alterações no ambiente natural dos tigres. O ecologista Eric Sanderson, primeiro autor de um estudo publicado na Frontiers in Conservation Science, reforça a importância deste novo método: o mesmo propicia um mapa “muito mais dinâmico”, que oferece informações vitais para a tomada de decisões sobre a conservação do tigre.
O que é o “TCL 3.0”?
O “TCL 3.0” é um avanço significativo em relação aos esforços anteriores de mapeamento, que eram estáticos. Os mapas prévios, produzidos no final da década de 1990 e em 2006, faziam uso de uma tecnologia chamada GIS (Sistemas de Informação Geográfica) que permite a visualização e interpretação de dados espaciais, por exemplo, mudanças na paisagem ao longo do tempo.
No entanto, a evolução tecnológica possibilitou agora a criação de um sistema de atualização em tempo real. Imagens de satélite de alta resolução proporcionam uma visão constante, enquanto a “análise da pegada humana” contribui com dados sobre a expansão urbana e atividades humanas. Dessa forma, é criado um panorama mais completo, que não se limita a visualizar a superfície, mas também o que ocorre sob a copa das árvores.
Um futuro promissor para os tigres
O novo estudo traz esperança para a conservação dos tigres, identificando 226 “paisagens de restauração” – áreas que atualmente não abrigam tigres, mas possuem potencial para fazê-lo. A restauração adequada destes habitats, aliada à disponibilidade de presas e conectividade com habitats existentes dos tigres, poderiam permitir um aumento de 50% nas populações de tigres.
Conservacionistas podem usar o mapa para avaliar quais áreas têm maior potencial de abrigar tigres. Sanderson acredita que “podemos virar a esquina na conservação dos tigres.”, mostrando otimismo pelo futuro desta emblemática espécie.
O avanço tecnológico preserva não apenas a espécie em si, mas todo o ecossistema a ela vinculado. Além disso, a metodologia implementada no “TCL 3.0” é de código aberto, tornando-se uma ferramenta útil para a conservação de outras espécies ameaçadas.
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