Taxistas de Hong Kong se disfarçam para denunciar Uber
A tensão entre taxistas e motoristas da Uber em Hong Kong chega ao limite.
Como comumente acontece, o transporte público em grandes metrópoles enfrenta diversos desafios e transformações. Em Hong Kong, uma recente controvérsia envolvendo taxistas vigilantes e motoristas da Uber é destaque nas mídias. Os taxistas, de forma provocativa, vêm se disfarçando de passageiros para, no meio da corrida, revelarem suas verdadeiras identidades e denunciarem os motoristas de Uber, que ainda operam em uma zona cinzenta da legalidade na região.
Essa prática tem gerado diversas repercussões. Após a parada forçada, os taxistas transferem os motoristas da Uber para a polícia, que são frequentemente pegos de surpresa. Esse tipo de ação, segundo Ka Chun, um dos taxistas envolvidos, visa pressionar o governo a aplicar as leis com mais rigor, reduzindo a quantidade de “veículos de placa branca”, termo pelo qual os Ubers são conhecidos localmente.
O que impulsiona os taxistas de Hong Kong a agir contra a Uber?
Segundo relatos, a crescente onda de descontentamento entre os taxistas de Hong Kong se deve ao impacto financeiro que a Uber gerou na economia local dos táxis. Há anos que os motoristas locais sentem o efeito da competição, com ganhos substancialmente reduzidos. Esse cenário, somado à inação governamental quanto à regulamentação da Uber, parece ser a faísca para tais atos de vigilantismo.
Reação pública: entre apoio e reprovação
Apesar das esperanças dos taxistas, a opinião pública não tem sido completamente favorável a eles. Nas redes sociais, residentes de Hong Kong têm compartilhado suas frustrações com o serviço de táxi, que muitas vezes é visto como desagradável e desonesto. Críticas incluem a rejeição de corridas e cobranças excessivas, especialmente durante as adversidades climáticas que são comuns na cidade, como os tufões.
Alternativas e propostas para uma convivência pacífica
Como resposta às crescentes tensões, a Uber Hong Kong lançou em 2020 o ‘Uber Taxi’, que integra táxis regulares ao aplicativo da Uber. Essa estratégia tem como objetivo promover uma melhor convivência entre transportes tradicionais e serviços de carona compartilhada. No entanto, a implementação de novas regulamentações segue lenta, levando Estyn Chung, gerente geral da Uber em Hong Kong, a expressar a necessidade de uma coexistência harmoniosa e regulamentada.
O governo de Hong Kong está previsto para lançar um estudo completo sobre os serviços de transporte por aplicativo em julho. Há expectativas sobre como essas novas diretrizes podem equilibrar a demanda do público e os interesses dos taxistas tradicionais, que veem na regulamentação uma forma de proteger seus investimentos e meios de vida.
Entre discussões fervorosas e a busca por equidade, o futuro dos serviços de transporte urbano em Hong Kong permanece incerto, pendendo entre a tradição e a inovação. O resultado dessas deliberações definirá não apenas as políticas locais, mas também a evolução do transporte público em uma das metrópoles mais dinâmicas da Ásia.
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