Talibãs querem oprimir ainda mais as mulheres
Os radicais talibãs islâmicos que governam o Afeganistão querem expandir os poderes da sua polícia moral. “A situação exige um papel mais forte”, disse o governo talibã em Cabul num comunicado nessa terça-feira, 9 de julho
Os radicais talibãs islâmicos que governam o Afeganistão querem expandir os poderes da sua polícia moral. “A situação exige um papel mais forte”, disse o governo talibã em Cabul num comunicado nessa terça-feira, 9 de julho.
O comunicado foi uma reação a um relatório da Missão de Apoio da ONU ao Afeganistão (Unama), no qual a polícia moral é acusada de criar um “clima de medo” no Afeganistão.
O relatório documenta o trabalho do chamado Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Pecado desde o regresso do Talibã ao poder, há três anos. Os especialistas da ONU concluem que esta polícia moral “tem um impacto negativo no gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais com efeitos discriminatórios e desproporcionais sobre as mulheres”.
Mulheres são excluídas da vida pública
Depois de recuperar o poder em Agosto de 2021, os radicais islâmicos talibãs reintroduziram uma interpretação estrita da lei islâmica e proibiram em grande parte as mulheres de participarem da vida pública no Afeganistão.
A polícia moral tem autoridade para repreender, prender e punir os cidadãos. Isto se aplica em particular às mulheres, quando elas violam a lei que as proíbe de ouvir músicas e fruir outras atividades que são consideradas não islâmicas.
Segundo o relatório da ONU, as mulheres estão proibidas de viajar sem acompanhante masculino e estão submetidas a um código de vestimenta rigoroso. O acesso aos parques públicos também lhes foi proibido.
As empresas dirigidas por mulheres também foram fechadas e foram introduzidas regras para restringir a “mistura de homens e mulheres na vida quotidiana.”
Segundo o relatório, existe um “clima de medo e intimidação” devido à intrusão do ministério na vida privada dos afegãos. Este clima também é alimentado pela falta de clareza sobre os poderes legais do ministério e pela “natureza desproporcional das punições”.
ONU apoia as mulheres afegãs?
Associações de direitos humanos pelo mundo inteiro criticaram as Nações Unidas depois que a organização convidou os talibãs a participarem da reunião sobre o Afeganistão, que terá lugar em Doha, Catar, entre 30 de junho e 1 de julho, cedendo às exigências do grupo fundamentalista de que mulheres afegãs não estariam presentes no encontro.
Leia mais: ONU prefere talibã às mulheres afegãs
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)