Supremo Tribunal da Venezuela anula primárias da oposição
O bolivariano Supremo Tribunal da Venezuela decidiu suspender todos os efeitos do processo das primárias da oposição realizadas na semana passada. A decisão ocorreu após alegações de fraude por parte do regime ditatorial de Nicolás Maduro, nesta segunda-feira, 30...
O bolivariano Supremo Tribunal da Venezuela decidiu suspender todos os efeitos do processo das primárias da oposição realizadas na semana passada. A decisão ocorreu após alegações de fraude por parte do regime ditatorial de Nicolás Maduro, nesta segunda-feira, 30.
María Corina Machado, candidata da oposição, foi a vencedora das primárias com uma ampla margem de votos. No entanto, ela já estava impedida de exercer cargos públicos por 15 anos, o que poderia impossibilitar seu registro como candidata nas eleições de 2024.
As primárias foram organizadas pela própria oposição, que optou por não contar com a assistência técnica do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) devido à falta de clareza por parte da instituição. O CNE propôs um adiamento de um mês para a realização das primárias, o que causou problemas logísticos e levou à falta de cédulas em alguns locais de votação.
No total, 21 milhões de venezuelanos registrados puderam participar das primárias, tanto dentro quanto fora do país. Além de María Corina, havia outros nove candidatos na disputa. Henrique Capriles e Freddy Superlano abandonaram a corrida eleitoral poucos dias antes das primárias.
María Corina Machado enfrenta resistências internas e critica fortemente a oposição tradicional. Seu partido, Vem Venezuela, não faz parte da coalizão Plataforma Unitária, que está em negociação com o chavismo na mesa de diálogo em Barbados. A candidata também rejeitou um acordo assinado com parte da oposição que previa a participação de observadores internacionais nas eleições presidenciais, além da atualização do registro eleitoral.
A trajetória política de María Corina Machado foi marcada por críticas ao regime de Maduro e à oposição. Durante seu mandato como deputada, entre 2011 e 2014, ela se destacou como uma parlamentar combativa. No entanto, teve seu mandato cassado pela Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo chavista Diosdado Cabello. Desde então, enfrentou inabilitações políticas e restrições para deixar o país.
Apesar das dificuldades enfrentadas, María Corina voltou a ganhar destaque nos últimos anos e atraiu eleitores, especialmente após o fim do reconhecimento internacional de Juan Guaidó. Sua campanha tem sido marcada por comícios em bairros mais pobres, que antes eram redutos chavistas.
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