Suiça descobre toneladas de munição no fundo de lagos
Os lagos suíços, conhecidos por sua beleza, escondem um perigo subterrâneo: munições militares enterradas.
Imagine contemplar as águas cristalinas dos lagos suíços sem imaginar que, logo abaixo, um perigo invisível espreita. Esta é a realidade em locais como os lagos de Lucerna, Thun e Neuchatel, onde a beleza natural contrasta com os resíduos de munição militar depositados ao longo dos anos.
Por décadas, os militares suíços usaram esses lagos como depósitos de munições obsoletas, acreditando que submergi-las nas águas profundas era uma maneira segura de descartá-las. No Lago Lucerna, por exemplo, há cerca de 3.300 toneladas de munição, enquanto no Lago Neuchatel, são estimadas 4.500 toneladas.
Munições Enterradas no Lago Brienz: Quais os Perigos?
O Lago Brienz é um desses corpos d’água que, sob uma superfície serena, esconde histórias de práticas militares antigas. Um dos grandes riscos desse procedimento é a possibilidade de explosões subaquáticas. Muitos desses artefatos foram descartados com seus fusíveis ainda intactos.
O Que Está Sendo Feito para Resolver Esse Problema?
Preocupada com os impactos ambientais e a segurança pública, a Suíça está em busca de soluções inovadoras para remover essas munições dos lagos. O Departamento de Defesa suíço anunciou uma recompensa de 50.000 francos suíços para quem apresentar a melhor ideia para retirar esses artefatos de maneira segura e ecológica.
Os três melhores projetos dividirão o prêmio, mas a operação de resgate, como esperado, custará bilhões. Marcos Buser, geólogo aposentado que aconselhou o governo sobre este tópico, alertou sobre os perigos desses depósitos há uma década em um estudo bem detalhado.
Histórico de Problemas com Munições na Suíça
- Em 1947, a aldeia alpina de Mitholz sofreu uma explosão massiva devido à munição armazenada na montanha.
- Durante a Guerra Fria, a estratégia de defesa da Suíça incluía minerar pontes e túneis, muitos dos quais tiveram que ser desminados rapidamente nos anos seguintes.
- Em 2001, um incêndio no Túnel de Gotthard resultou na morte de 11 pessoas enquanto grandes quantidades de explosivos permaneciam armazenadas nas proximidades.
Além disso, a prática de treinamento militar de alta montanha deixou munições, tanto gasta quanto ativa, que estão se tornando visíveis à medida que as geleiras recuam, uma consequência do impacto das mudanças climáticas.
O Próximo Passo: Envolvimento Público e Soluções Ambientais
Os cidadãos suíços têm até fevereiro do próximo ano para enviar suas propostas, que serão julgadas anonimamente por um painel de especialistas. O anúncio dos vencedores está previsto para abril de 2024, mas as ideias vencedoras não serão implementadas imediatamente. Elas poderão servir como base para mais estudos ou para o lançamento de novos projetos de pesquisa.
Buscando aconselhamento internacional, especialistas sugerem recorrer ao Reino Unido, Noruega ou Dinamarca, países com experiência na recuperação de armas não detonadas de naufrágios da guerra. Buser, apesar de se considerar “velho demais” para apresentar novas ideias, se dispõe a oferecer conselhos se necessário.
A remoção dessas munições submersas é uma tarefa monumental e extremamente cara. No entanto, encontrar uma solução viável não é apenas uma necessidade de segurança, mas um compromisso com a preservação ambiental e a tranquilidade dos moradores e turistas que visitam essas joias naturais da Suíça.
Enquanto o desafio continua, a esperança é que a criatividade e o esforço coletivo possam transformar essas águas de um legado perigoso em um símbolo de superação e inovação.
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