Substâncias perigosas são encontradas no Vape
Artigo sobre os perigos dos cigarros eletrônicos para a saúde e seu mercado ilegal no Brasil, com foco na influência em jovens e no combate à sua comercialização.
Os cigarros eletrônicos, apesar de proibidos no Brasil, estão movimentando um mercado milionário. Especialistas alertam que substâncias presentes nesses dispositivos podem potencializar o vício quando combinadas com nicotina em altas quantidades.
Eles parecem inofensivos à primeira vista, apenas uma mistura de água e sabor, mas a realidade é bem diferente. Pesquisadores, pela primeira vez, identificaram a presença de uma substância semelhante à anfetamina em alguns dispositivos, intensificando ainda mais os riscos à saúde.
Cigarros Eletrônicos e Substâncias Perigosas
Os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, escondem em seu vapor diversas substâncias tóxicas. A Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a Polícia Científica, identificou a octodrina, um composto semelhante à anfetamina, em três diferentes marcas comercializadas no Brasil. A octodrina, assim como outras substâncias encontradas nos dispositivos, possui potenciais riscos significativos à saúde.
O que Tem no Vape?
Você pode se perguntar: o que contém exatamente nesses dispositivos? A resposta é preocupante, já que muitos dos ingredientes nem sempre estão listados nas embalagens. Alguns dos compostos mais comuns incluem:
- Glicerol
- Propilenoglicol
- Formaldeído
- Acetaldeído
- Acroleína
- Acetona
- Nicotina
Esses componentes são tóxicos e cancerígenos, sendo que a nicotina contribui significativamente para o vício. A mistura dessas substâncias e a falta de regulamentação aumentam os riscos associados ao uso de vapes.
Por Que os Cigarros Eletrônicos São Tão Perigosos?
Os dispositivos de vape funcionam com um sistema aberto, permitindo que qualquer pessoa adicione diferentes tipos de substâncias ao líquido. Essa manipulação caseira torna difícil controlar as quantidades e a segurança do que está sendo inalado. Um estudo da Vigilância Sanitária de São Paulo, em parceria com o Incor e a USP, demonstrou que usuários de vapes têm de três a seis vezes mais nicotina no organismo.
Além disso, nos Estados Unidos, casos de morte foram registrados em 2019, associados ao uso de vapes contendo THC e vitamina E, substância esta que adere aos pulmões, causando complicações severas. Adriana Gioda, pesquisadora da PUC-Rio, ressalta o desafio em identificar exatamente o que há no vapor dos dispositivos no Brasil devido à falta de tecnologia avançada para análises detalhadas.
Influência Entre os Jovens
O uso de cigarros eletrônicos tem sido popularizado entre os jovens, em parte devido à influência das redes sociais. O influenciador João Pedro, que começou a fumar vape aos 15 anos, relata seu vício descontrolado e os problemas de saúde que enfrentou. Ele agora usa suas plataformas para alertar sobre os perigos dos vapes, tentando sensibilizar outros jovens sobre os riscos.
Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), destaca que a alta quantidade de nicotina e outras substâncias cancerígenas presentes nos vapes representa um risco colossal para a saúde pública, especialmente em um país que luta contra o tabagismo.
Mercado Ilegal e Fiscalização
Embora proibidos, os cigarros eletrônicos ainda são facilmente encontrados no Brasil. Segundo o IBGE, quase 17% dos estudantes de 13 a 17 anos já utilizaram esses dispositivos. A polícia federal e outros órgãos de fiscalização vêm intensificando os esforços para coibir a entrada ilegal desses produtos no país. A Receita Federal, em parceria com as polícias, apreendeu 615 mil unidades de vapes contrabandeados de janeiro a abril deste ano, totalizando cerca de R$ 27 milhões em mercadorias.
Com a continuação da proibição pela Anvisa, a fiscalização nas fronteiras, especialmente com a Bolívia, se tornou uma das frentes prioritárias no combate à importação ilegal desses dispositivos perigosos.
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