Steve Bannon deixa prisão e promete nova guerra cultural após eleição nos EUA
Recém-libertado da prisão, o ex-assessor de Trump é o principal arquiteto da direita populista nos EUA
Stephen Kevin Bannon, ex-assessor estratégico de Donald Trump e um dos principais propagadores da agenda nacionalista de direita, foi libertado na manhã desta terça, 29, após cumprir quatro meses em uma prisão federal em Connecticut. Bannon foi detido por desacato ao Congresso ao se recusar a testemunhar sobre os eventos que culminaram na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Logo após a libertação, Bannon, 70 anos, declarou estar “empoderado” e pronto para uma nova guerra cultural no cenário político americano, insinuando que o próximo processo eleitoral será marcado por conflitos que podem durar semanas ou até meses.
“Se acham que a política americana já foi divisiva, ainda não viram nada”, disse ele, reforçando que sua prisão apenas intensificou sua convicção. “1.000 por cento valeu a pena,” afirmou, em relação ao seu silêncio diante do Congresso, afirmando que estava “lutando por seu país”.
Bannon é um dos principais articuladores da chamada “alt-right” (direita alternativa) nos EUA e um crítico fervoroso do establishment político. Antes de sua prisão, seu programa diário “War Room” se mantinha entre os podcasts políticos mais ouvidos, consolidando sua influência entre os seguidores de Trump.
O papel de Bannon na direita populista é analisado por Benjamin Teitelbaum no livro War for Eternity. Segundo Teitelbaum, o ex-assessor de Trump é obcecado por uma visão espiritual e esotérica que rejeita os valores da modernidade, refletindo a influência de pensadores como Julius Evola, que defendia a ideia de uma sociedade hierárquica e tradicional. Para Teitelbaum, essa busca de Bannon por uma “eternidade” representa um esforço em transformar o cenário político em uma batalha quase mítica, onde a “alma” da América estaria em jogo.
Desde 2018, Bannon expandiu seu campo de atuação para a Europa, onde fundou “O Movimento”, com o intuito de fortalecer partidos nacionalistas e populistas, conectando líderes como Matteo Salvini e Viktor Orbán. No Brasil, foi conselheiro informal da campanha de Jair Bolsonaro.
Com sua libertação, Bannon sinaliza que está pronto para retomar seu papel de protagonista na narrativa populista da política americana, onde as eleições de novembro devem ser o próximo palco de um confronto que ele já promete acirrar.
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