Steve Bannon, aliado de Trump, recebe ordem de prisão
Guru bolsonarista, o ex-estrategista-chefe da Casa Branca deve se apresentar à polícia até 1° de julho para cumprir a pena de quatro meses de prisão por desacato ao Congresso
A Justiça dos Estados Unidos determinou nesta quinta-feira, 6, que Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca no governo Donald Trump, se apresente à polícia até 1º de julho para cumprir a pena de quatro meses de prisão por desacato ao Congresso.
Guru bolsonarista, Bannon foi condenado por se recusar a cooperar com o comitê do Poder Legislativo americano que investigava a invasão ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram impedir o reconhecimento da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
Com a decisão, Bannon deve ficar atrás das grades durante um período considerável da campanha presidencial dos EUA. As eleições americanas estão marcadas para 5 de novembro.
Problemas legais anteriores de Bannon
Antes deste incidente com o comitê de 6 de janeiro, Bannon já havia sido preso em 2020 sob acusações de desvio de fundos em uma campanha de arrecadação denominada “We Build the Wall”.
A campanha prometia destinar as doações para a construção de um muro na fronteira dos EUA com o México, mas Bannon e seus associados foram acusados de utilizar uma parte significativa dos fundos arrecadados para despesas pessoais.
Ele foi indiciado por fraude e lavagem de dinheiro. No entanto, Bannon recebeu um perdão presidencial de Donald Trump em seus últimos dias no cargo, o que anulou as acusações.
Bannon, o guru bolsonarista
Como estrategista de Trump, Bannon é visto como um guru político para bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro e Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Jair Bolsonaro, conhecido como Sorocabannon, que foi preso no âmbito da Operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro de 2024.
Como mostrou Crusoé em 11 de outubro de 2019, em sua reportagem de capa “Os blogueiros de crachá“, Martins foi um dos articuladores do primeiro encontro de Eduardo Bolsonaro com Bannon, em Nova York, em agosto de 2018. Em março de 2019, Jair Bolsonaro jantou com Bannon, Eduardo, Ernesto Araújo e Olavo de Carvalho na residência do embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral. Em 23 de setembro, o já postulante a embaixador Eduardo voltou a se encontrar com Bannon em Nova York. Desde então, os contatos com Bannon se estreitaram, e o americano passou a ser referência para o núcleo ideológico do então governo e para a sua tropa virtual.
Na prática, Bolsonaro é aliado de Donald Trump e a família Bolsonaro é aconselhada por um estrategista demitido por ele. Bannon chegou a ser preso em 2020 por fraude, sob acusação de desviar dinheiro de campanha de apoio à construção de um muro entre os EUA e o México.
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