Site satírico venezuelano decifra solução de Amorim para crise
"Brasil propõe repetir eleições até que Maduro ganhe", diz texto de El Chigüire Bipolar, que debocha da proposta de "segundo turno" como "eleições de ida e volta"
O Antagonista já tinha traduzido a proposta de Celso Amorim (foto), assessor de Lula para assuntos internacionais, de promover novas eleições, um “segundo turno”, na Venezuela, no texto “Lula e Amorim querem dar segunda chance a Maduro”. O site satírico venezuelano El Chigüire Bipolar deu sua versão, que não é muito diferente: “Brasil propõe repetir eleições até que Maduro ganhe”.
“Num esforço para resolver a crise venezuelana, Celso Amorim, conselheiro do presidente Lula da Silva e a única pessoa para quem um site com todas as atas da CNE ainda não é suficiente, sugeriu repetir as eleições na Venezuela até que Maduro ganhe”, diz o texto, debochando do chanceler paralelo do governo Lula.
A sátira segue:
“Celso Amorim, assessor internacional de Lula Da Silva, dirigiu-se ao mundo em entrevista coletiva para pedir um resultado mais justo para os venezuelanos: ‘Irmãos venezuelanos, chega de tanto confronto, apelo aos manifestantes venezuelanos que parem de bater com seus rostos nos punhos da guarda nacional. Lula e eu acreditamos firmemente que o melhor é que as eleições se repitam e vença o melhor de três [disputas]. Ou pelo menos uni, duni, tê; pedra, papel e tesoura, algum mecanismo democrático eficaz para que esta eleição conduza à vitória de Nicolás Maduro. Nestas novas eleições poderá se chegar a um consenso para que os coletivos determinem o resultado da eleição, as atas poderiam ser trocadas por fotos do deputado Juan Barreto, para que ninguém peça para vê-las, e as testemunhas eleitorais poderiam ser trocadas por alguns primos meus. Acredito que esta poderia ser a solução correta para a Venezuela manter a sua democracia’, assegurou Amorim com a sua solução de eleições de ida e volta para a Venezuela até que Maduro vença.”
Explicações ao Senado
Amorim será ouvido nesta quinta-feira, 15, em audiência pública no Senado. Ele deverá explicar sua atuação como representante brasileiro na alegada mediação da crise política da Venezuela, agravada pela farsa política montada pelo ditador Nicolás Maduro em 28 de julho.
O Brasil está entre os países que não denunciaram a farsa eleitoral e o governo Lula se limita a cobrar brandamente a exibição das atas da eleição, algo que já ficou claro que Maduro não pretende fazer, porque comprovaria que ele não venceu a eleição.
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