Senadores querem explicações do Itamaraty paralelo
Celso Amorim deverá explicar ao Senado sua atuação como representante brasileiro na mediação da crise política da Venezuela
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, que chefia o Itamaraty Paralelo do governo Lula de acordo com seus interesses, e não os do Brasil, será ouvido nesta quinta-feira, 15, em audiência pública no Senado. Ele deverá explicar sua atuação como representante brasileiro na mediação da crise política da Venezuela, agravada pela farsa política montada pelo ditador Nicolás Maduro em 28 de julho.
A audiência está marcada para começar às 10h.
O convite foi aprovado de forma simbólica pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado na quinta-feira, 8, após negociação entre o governo e a oposição.
O que esperar da audiência com o chefe do Itamaraty paralelo?
Os senadores querem detalhes da agenda de Amorim no país vizinho, enquanto observador eleitoral em nome de Lula, de suas conversas com representantes de Maduro e do candidato da oposição, Edmundo González.
“É fundamental que o representante do governo preste contas sobre sua missão oficial, garantindo que as ações tomadas em nome do Brasil estejam alinhadas com os interesses nacionais e com os princípios democráticos e de respeito à soberania dos países vizinhos”, afirmou a senadora Tereza Cristina (PP-MS), autora do requerimento da audiência com o ex-chanceler.
Além de Amorim, os senadores da CRE também aprovaram um convite para o ministro Mauro Vieira, titular do Itamaraty.
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Lula e Amorim querem dar uma nova chance a Maduro
Lula propôs em reunião ministerial da semana passada uma “espécie de segundo turno” na Venezuela.
Amorim confirmou a história para o Valor: “É como se fosse um segundo turno das eleições. Essa ideia não é nova, existe desde o início do problema”.
Em uma eventual outra eleição, Maduro teria a oportunidade de realizar uma fraude mais caprichada, de forma a não ser questionado depois.
É esse o objetivo de Lula e Amorim.
A eleição de 28 de julho provou-se um erro estratégico para Maduro.
Os eleitores votaram massivamente em urnas auditadas, que imprimiram atas com os resultados.
Essas atas, que hoje estão nas mãos de milhares de venezuelanos e em um site de internet, provam que o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não condiz com os números obtidos nas urnas.
Quem venceu foi o candidato opositor Edmundo González Urrutia.
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