Senador democrata condenado por corrupção deve renunciar
Bob Menendez, que já chefiou a Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, é acusado de receber suborno para ajudar governos estrangeiros
A imprensa americana informou nesta terça-feira (23) que o senador democrata Bob Menendez (foto) vai renunciar ao seu cargo depois de ter sido condenado por aceitar subornos, incluindo barras de ouro, para ajudar governos estrangeiros.
Filho de imigrantes cubanos, o democrata de Nova Jersey, que está no Senado americano desde 2006, vinha resistindo aos pedidos de demissão, vindos inclusive do líder da maioria democrata na Casa, Chuck Schumer.
O anúncio da renúncia ocorreu um dia depois de o Comitê de Ética do Senado dos EUA iniciar uma revisão de seu processo, com vistas à sua expulsão.
16 acusações de corrupção
Menendez, que já chefiou a Comissão de Relações Exteriores do Senado, foi considerado culpado de 16 acusações relacionadas à corrupção —entre elas, suborno, extorsão, obstrução da Justiça, conspiração e atuação como agente estrangeiro na condição de funcionário público.
O democrata é o primeiro membro titular do Congresso dos EUA a ser condenado por conspiração para atuar como agente estrangeiro enquanto servidor público. A pena de Menendez ainda não foi definida, mas pode chegar a décadas de prisão.
Após sua condenação, o senador continuou se dizendo inocente e afirmou nunca ter violado seu “juramento público”.
Críticas a Bolsonaro
Em fevereiro de 2021, quando ainda chefiava a Comissão de Relações Exteriores, Menendez enviou ao Brasil uma carta com críticas ao então presidente, Jair Bolsonaro, e ao então ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Na época, o senador democrata cobrou que Bolsonaro e Ernesto “condenassem” e “rejeitassem categoricamente” os ataques de partidários de Donald Trump ao Capitólio em 6 de janeiro daquele ano, afirmando que, caso isso não ocorresse, haveria “prejuízo à relação bilateral”.
Menendez também condenou os comentários do presidente e do chanceler do Brasil sobre suposta fraude na eleição nos EUA, dizendo que isso demonstrava “apoio de seu governo a teorias da conspiração furadas e aos terroristas domésticos” que atacaram o Capitólio e ameaçam “minar a parceria entre os EUA e o Brasil”.
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