Sem oposição, liberdade ou escolha: começa eleição de Putin
O autoritário líder russo, presidente ou chefe de governo durante um quarto de século, é candidato a permanecer à frente do país pelo menos até 2030, sendo o ditador no poder há mais tempo na Rússia desde Stálin.
Os russos começaram a votar nas eleições presidenciais desta sexta-feira, 15 de março, que deverão renovar Vladimir Putin para um novo mandato sem oposição.
O presidente russo será, sem surpresa, reeleito no domingo à noite como chefe da Rússia para um quinto mandato. O autoritário líder russo, presidente ou chefe de governo durante um quarto de século, é candidato a permanecer à frente do país pelo menos até 2030, sendo o ditador no poder há mais tempo na Rússia desde Stálin.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, parabenizou ironicamente o presidente russo, Vladimir Putin, pela vitória nas eleições que começaram:”Gostaria de dar os parabéns a Vladimir Putin pela sua vitória esmagadora nas eleições que começam hoje. Sem oposição. Sem liberdade. Sem escolha” escreveu o responsável europeu na sua rede social X.
Uma matéria do jornal The Economist resume bem a situação: “Numa terra onde políticos de oposição estão mortos, na prisão ou no exílio, onde falar a verdade às autoridades é uma infração criminal e onde um autocrata paranoico não hesita em matar centenas de milhares de seus próprios cidadãos e vizinhos para afirmar e manter seu poder, uma eleição parece algo inteiramente desnecessário; uma farsa extravagante ou um anacronismo bizarro”.
“Se a Rússia fosse uma democracia, Putin teria deixado o poder em 2008, quando seu segundo e último mandato constitucional expirou. Mas onde guerra é paz, ignorância é força e liberdade é escravidão, a essência desta eleição é a ausência da escolha”, diz a matéria, também publicada no jornal brasileiro Estadão.
O presidente usará a sua inevitável vitória nas urnas como um mandato para continuar o ataque à Ucrânia e perseguir as “elites” internas. Enquanto os russos vão às urnas na sexta-feira, numa eleição com apenas um resultado possível, o Kremlin reivindicará um mandato para essa guerra, consagrando a aposta mais sangrenta de Putin.
Convencido de que pode confrontar o Ocidente, Putin procura casar o futuro da Rússia ao destino da sua longa guerra na Ucrânia.
Protesto: tinta e fogo nas urnas
Uma mulher foi presa por derramar tinta em urnas durante as eleições russas para tentar atrapalhar a votação nas eleições presidenciais do país. Investigadores estatais russos em Moscou disseram nessa sexta-feira, 15, que abriram um processo criminal contra ela.
Imagens divulgadas pela agência de notícias estatal RIA mostraram a jovem depositando seu boletim de voto antes de derramar calmamente um líquido verde na urna de plástico transparente.
Um policial é visto detendo-a imediatamente depois na filmagem.
A mulher, que não foi identificada, foi posteriormente acusada de “obstruir o exercício dos direitos eleitorais ou o trabalho das comissões eleitorais.”
Em São Petersburgo, uma mulher de 21 anos teria sido presa depois de jogar um coquetel molotov nos degraus da frente de um prédio que continha duas seções eleitorais.
Enquanto isso, na Ucrânia…
A Região de Odesa, na Ucrânia, declarou nessa sexta-feira, 15 de março, dia de luto após pelo menos 14 mortos e 46 feridos em ataque de mísseis russos. O número de pessoas mortas devido ao ataque com mísseis russos aumentou para 14, disse Oleg Kiper, chefe da região. A mídia local informou que entre os mortos estão moradores locais, um médico e um socorrista. Outras 46 pessoas, incluindo sete funcionários do Serviço Estadual de Emergência, ficaram feridas.
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