Scholz promete 650 milhões de euros em armas para Ucrânia
A medida consolida a Alemanha como o maior apoiador europeu do país e ocorre em meio à sua campanha de reeleição, marcada por instabilidade política interna
O chanceler Olaf Scholz anunciou um novo pacote de ajuda militar de 650 milhões de euros para a Ucrânia durante uma visita surpresa a Kiev nesta segunda, 2.
A medida consolida a Alemanha como o maior apoiador europeu do país e ocorre em meio à sua campanha de reeleição, marcada por instabilidade política interna.
Em encontro com o presidente Volodymyr Zelensky, Scholz reiterou o compromisso de Berlim com a Ucrânia e destacou o papel alemão como segundo maior fornecedor de armas para Kiev, atrás apenas dos Estados Unidos.
A visita ocorre enquanto as forças russas avançam no leste ucraniano, intensificando ataques aéreos e pressionando a já combalida infraestrutura elétrica do país. Zelensky aproveitou a ocasião para reforçar o pedido de adesão da Ucrânia à OTAN e garantias de segurança contra novos ataques russos.
Internamente, Scholz enfrenta uma crise de governo após o rompimento de sua coalizão em novembro. Nomeado candidato à reeleição pelo SPD, o chanceler tenta usar sua política externa como trunfo para recuperar apoio. As eleições gerais foram antecipadas para 23 de fevereiro, e pesquisas apontam o SPD em terceiro lugar, atrás do CDU, principal partido de oposição.
O pacote de ajuda militar é visto como uma tentativa de Scholz de consolidar sua liderança em um momento crítico, tanto no cenário internacional quanto na política doméstica.
Ucrânia e OTAN
A Ucrânia, que deve pressionar por um convite para ingressar na OTAN em uma reunião em Bruxelas nesta semana, enfrenta avanços constantes das forças russas na região de Donbass. A visita de Scholz também ocorre dias após os EUA autorizarem Kiev a usar armas ocidentais contra o território russo, aumentando a tensão no conflito.
Combinando uma ajuda militar robusta e uma mensagem política clara, Scholz busca reafirmar seu protagonismo global enquanto enfrenta um dos momentos mais desafiadores de sua carreira política. O chanceler tenta transformar seu papel internacional em trunfo eleitoral, em meio à turbulência que pode definir o futuro de seu governo.
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