Rússia envia mercenários do Iêmen para guerra na Ucrânia
Segundo o Financial Times, o recrutamento ocorreu por meio de uma operação de tráfico de pessoas ligada aos rebeldes houthis, grupo apoiado pelo Irã
Reportagem do Financial Times divulgada neste domingo, 24, mostra que as Forças Armadas da Rússia recrutaram centenas de iemenitas para lutar na Ucrânia. Segundo o jornal britânico, o recrutamento se deu por meio de uma operação de tráfico de pessoas ligada aos rebeldes houthis, grupo apoiado pelo Irã.
A matéria relata que uma empresa com laços com o grupo terrorista enganou os iemenitas para viajar a Moscou, onde foram forçados a se alistar no exército russo.
Vários dos recrutas alegaram que foram abordados em julho deste ano pela empresa Al Jabri — fundada pelo político proeminente dos houthis Abdulwali Abdo Hassan al-Jabri — com a promessa de uma nova vida na Rússia.
Em vez disso, os homens foram supostamente coagidos a assinar um contrato de alistamento e enviados para as linhas de frente.
Os relatos dos recrutas
Um recruta, identificado apenas como Nabil, disse ao Financial Times que ele foi um dos cerca de 200 iemenitas recrutados à força para o exército russo, em setembro. Ele relatou que muitos dos recrutas não tinham nenhum treinamento militar.
Nabil afirmou ainda que se juntou à empresa Al Jabri, que é registrada como operadora de turismo, na esperança de conseguir um emprego no setor de segurança ou de engenharia para pagar os estudos.
Um mês depois, ele se viu jogado na linha de frente, com um uniforme militar russo, e tendo de se esconder em uma floresta em meio a um contra-ataque da Ucrânia.
Outros disseram ao jornal britânico a promessa de um salário de dois mil dólares mensais, com um bônus de dez mil dólares, para trabalhar em fábricas na Rússia.
O Financial Times não conseguiu contatar representantes de al-Jabri e de sua empresa para comentar os relatos.
Farea al Muslimi, especialista no Golfo, afirmou ao jornal britânico que a Rússia precisa repor tropas na linha de frente. A inteligência ocidental estima que Moscou teve 700 mil soldados mortos ou feridos desde o início da invasão, no início de 2022.
Em outubro, o Kremlin enfrentou o pior mês de baixas, com uma média de 1.500 soldados perdidos por dia.
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Comentários (4)
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
24.11.2024 20:26Também acho isso perfeitamente possível, Sandra.
Sandra
24.11.2024 20:07Quero ver a hora que todos esses "soldados" de outros países que foram enganados pra ir lutar na guerra se rebelarem e começarem a atacar a Rússia
ADONIS SINICIO JUNIOR
24.11.2024 19:54Putin não é poderoso. Os líderes do mundo democrático é que são frouxos.
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
24.11.2024 19:52Mas, segundo O Antagonista, Putin se encontra em um bom momento na guerra. Só faltam soldados, mas...