Rússia convoca reservistas e declara emergência após incursão ucraniana
Em ataque inesperado, militares da Ucrânia cruzaram a fronteira e ocuparam parcialmente a região de Kursk; Putin vê "provocação"
A Rússia declarou estado de emergência na região de Kursk, no sul do país, convocou mais reservistas para a área da fronteira com a Ucrânia e impôs restrições ao espaço aéreo nesta quinta-feira, 8 de agosto.
O motivo foi a inesperada incursão, na última quarta-feira, 7, de cerca de mil soldados ucranianos que conseguiram cruzar a fronteira e travam fortes confrontos nas proximidades de Kursk.
Houve relatos de que os militares da Ucrânia conseguiram ocupar uma cidade, mas o Ministério da Defesa russo alegou ter conseguido recuperar o território. O conflito desencadeado pela invasão da Rússia, em fevereiro de 2022, já dura dois anos e meio.
‘Provocação’
Segundo autoridades russas, os soldados ucranianos que atravessaram a fronteira usaram tanques e veículos blindados, com a cobertura de drones e da artilharia.
O ditador russo, Vladimir Putin (foto), classificou o ataque ucraniano como “uma grande provocação”. Aliada da Ucrânia, a Casa Branca disse não ter tido conhecimento prévio do ataque e afirmou que buscaria obter mais informações do governo de Volodymyr Zelensky.
O Exército ucraniano, por sua vez, não se manifestou sobre a ofensiva em Kursk, seguindo o padrão no caso dos ataques atribuídos pelos russos aos ucranianos. Segundo o G1, blogueiros russos pró-Putin criticaram a facilidade com que as forças da Ucrânia atravessaram a fronteira.
Invasão inédita desde a 2ª Guerra
Foi a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que o Exército de outro país invadiu a Rússia. Como publicamos mais cedo, o ditador Putin cobrou explicações dos chefes das Forças Armadas e dos seus serviços de segurança.
“A Rússia sempre acreditou que as normas legais restritivas não se aplicam a ela e que pode assim atacar os territórios dos países vizinhos com impunidade e exigir hipocritamente (…) a inviolabilidade do seu próprio território”, escreveu na rede social X Mykhaïlo Podoliak, conselheiro da Presidência de Zelensky.
“Mas guerra é guerra, com regras próprias: o agressor paga inevitavelmente as consequências correspondentes”, acrescentou Podoliak.
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