A Ucrânia disparou seus primeiros mísseis americanos de longo alcance contra a Rússia, mirando uma instalação militar.

Os mísseis Atacms fornecidos pelos EUA foram usados para atingir um depósito de artilharia, onde havia munição norte-coreana armazenada, na região da fronteira de Bryansk, confirmaram autoridades ucranianas.

Moscou alegou que suas defesas aéreas interceptaram cinco dos mísseis e não relataram danos.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou uma resposta “apropriada” ao alegado bombardeamento ucraniano do território russo com os referidos mísseis.

“Se mísseis de longo alcance forem lançados da Ucrânia em direção ao território russo, isso significa que serão operados por especialistas militares dos EUA”, disse Lavrov aos jornalistas no Rio de Janeiro, na terça-feira, 19 de outubro, após o encontro do G20.

Ele acrescentou ainda: “Veremos isto como uma nova fase da guerra ocidental contra a Rússia e responderemos em conformidade”.

Scholz alerta Xi

Numa reunião com o presidente chinês Xi Jinping à margem das reuniões de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, o chanceler Olaf Scholz (SPD) alertou contra uma escalada da guerra na Ucrânia.

Um porta-voz do governo federal disse que Scholz justificou este aviso com o envio de tropas norte-coreanas. O chanceler também explicou “quão preocupante” foi a conversa com Vladimir Putin que ele teve na sexta-feira passada”.

Scholz e Xi mantiveram conversações bilaterais pessoais pela última vez em Pequim, em abril. Na altura, o Chanceler pediu a Xi que usasse a influência da China sobre o Presidente russo, Putin, para pressionar pelo fim da guerra na Ucrânia.

“Não nos permitiremos ser intimidados”

Vladimir Putin assinou um decreto que amplia as condições para o uso de armamento nuclear. Segundo o governo russo, essa medida foi tomada como resposta a supostas ameaças ocidentais à segurança da Rússia, especialmente após os Estados Unidos autorizarem Kiev a lançar mísseis de longo alcance em território russo.

A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, porém, não pareceu impressionada com a mudança na doutrina russa sobre armas nucleares.

Putin está usando o medo, isto se tornou claro repetidamente desde o início da guerra na Ucrânia, disse Baerbock após uma reunião de vários ministros dos Negócios Estrangeiros europeus em Varsóvia.

“Não nos permitiremos ser intimidados, independentemente das novidades que estejam sendo alardeadas”, declarou ela em resposta à pergunta sobre o que o governo federal pensava sobre as mudanças na doutrina das armas nucleares da Rússia.