Robert Kennedy revive propaganda do tio no Super Bowl. Não deu certo
Candidato, que concorre como independente a presidente dos EUA, teve de pedir desculpas à própria família pelo uso
Robert Kennedy Jr., filho do ex-senador americano Robert Kennedy e sobrinho do ex-presidente John Kennedy, ganhou de sua campanha um anúncio comercial de 30 segundos durante o Super Bowl, a final do futebol americano. Para seu estrelato no horário mais importante do ano na TV americana (que pode custar mais de 1 milhão de reais por segundo), RFK Jr. resolveu reeditar um comercial do seu tio, um dos pioneiros na propaganda política.
Não ficou lá essas coisas:
O repentino mergulho da TV americana em 1960 reeditou, na metade do tempo, um comercial da vitoriosa campanha de John Kennedy contra o republicano Richard Nixon, em uma das primeiras eleições com uso maciço da TV. O jingle, chamado “Kennedy for me” (“Kennedy para mim” em tradução livre) apontava o então senador como uma alternativa “velha o bastante para conhecer, mas jovem o bastante para fazer”
O discurso parece não encaixar muito em Robert Kennedy Jr., que já tem 70 anos e se tornou mais famoso por defender posições antivacina contra a Covid. No passado, desistiu de concorrer a presidente dos EUA pelo Partido Democrata que um dia abrigou o tio e seu pai, preferindo a via independente.
Quem não gostou da homenagem foi a própria família Kennedy – com quem RFK é publicamente apartado. Três horas depois da campanha ser veiculada, ele precisou ir Às redes sociais pedir desculpas.
“Sinto muito que o anúncio do Super Bowl tenha causado dor a qualquer um em minha família. O anúncio foi criado pela campanha política [SuperPAC] American Values sem nenhum envolvimento ou aprovação”, escreveu – uma mensagem logo acima da sua própria publicação do vídeo. De fato, nos EUA as campanhas são feitas diretamente por grupos que financiam a campanha, quase longe dos olhos dos candidatos – que nesse caso só quer o bem da família: “Eu amo vocês, deus os abençoe”, ele completa.
As pesquisas americanas não costumam incluir o voto dos independentes como muito relevantes em suas pesquisas. No levantamento mais recente da AtlasIntel, ele tem cerca de 5% dos votos, ante 42% de Joe Biden e 43% de Donald Trump.
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