Risco de acidente aéreo depende do país e da companhia aérea, diz estudo
Estudo de Barnett e Torra classifica os países com maior risco de acidente aéreos em três grupos de risco: baixo, intermediário e alto. Veja como o Brasil está classificado.
O Brasil foi abalado por uma das maiores tragédias aéreas da última década na última sexta-feira, 09, com a queda do voo 2283 da Voepass em Vinhedo (SP), que resultou na morte de todos os 58 passageiros e quatro tripulantes.
Este incidente é, até o momento, o maior do no mundo em quantidade de vítimas, segundo o site Aviation Safety Network.
No momento, o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo continua trabalhando na identificação das vítimas, tarefa que se mostra arrastada pela gravidade do acidente.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está investigando as causas, mas ainda não há respostas.
Relevância do acidente da Voepass
Este acidente aéreo é especialmente significativo para o Brasil, que não via uma tragédia desta magnitude há mais de 15 anos.
O último grande desastre ocorreu em 2007, quando um avião da TAM (atualmente LATAM) colidiu com um prédio em São Paulo, causando 199 mortes.
Estes eventos reavivam memórias tristes e levantam preocupações sobre a segurança aérea no país.
Contudo, o intervalo considerável entre esses eventos corrobora um estudo realizado por Arnold Barnett e Jan Reig Torra, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Segundo eles, o risco de morrer em um acidente aéreo diminuiu significativamente ao longo das últimas décadas.
Acidente aéreos no Brasil em comparação com outros países
O estudo de Barnett e Torra, publicado em julho de 2023, classifica os países em três grupos de risco: baixo, intermediário e alto.
O Brasil está no grupo intermediário, junto com nações como Chile, Índia e México.
Esta classificação deve-se, em parte, aos grandes desastres aéreos de 2006 e 2007 envolvendo, respectivamente, a GOL e a TAM.
Países de baixo risco: Estados Unidos, Austrália, Canadá, China, entre outros.
Países de risco intermediário: Brasil, África do Sul, Hong Kong, Coreia do Sul, entre outros.
Países de alto risco: Nepal, Filipinas, Kuwait, dentre outros.
Redução significativa dos acidente aéreos
Barnett já havia publicado estudos anteriores que indicavam uma melhora contínua na segurança aérea global.
Em 2020, ele afirmou que o risco de morte por voo entre 2008 e 2017 havia caído pela metade em comparação com a década anterior.
Nações como China e países do Leste Europeu mostraram avanços significativos.
No entanto, ele destacou que países menos desenvolvidos não acompanharam esse ritmo de melhorias.
Essa tendência continuou no estudo mais recente, onde as nações do sul global e da África ainda figuram entre os países de maior risco.
Futuro da segurança aérea
A despeito dessas preocupações, o cenário global indica uma melhora significativa na segurança de voos.
Barnett concluiu que voar hoje é seis vezes mais seguro do que há 30 anos e 22 vezes mais seguro do que há 50 anos. A continuidade dessa tendência é algo pelo qual ele se mostra otimista.
“Voar tem melhorado muito ao longo dos anos,” afirmou Barnett. “E, dado que essa taxa de melhoria, de queda pela metade do risco, não diminuiu, podemos estar otimistas de que ela continuará nos próximos anos.”
Enquanto aguardamos mais informações sobre o acidente da Voepass, é crucial lembrar da importância contínua de medidas de segurança rigorosas.
Tragédias como esta servem como um lembrete doloroso, mas necessário, da seriedade e complexidade de se manter a aviação segura para todos.
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