Reportagem questiona empresa que forneceu dados para estudo sobre hidroxicloroquina
Reportagem do jornal britânico The Guardian questiona a idoneidade da empresa americana Surgisphere, fornecedora dos dados para o estudo sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no combate à Covid-19 publicado recentemente pela revista The Lancet...
Reportagem do jornal britânico The Guardian questiona a idoneidade da empresa americana Surgisphere, fornecedora dos dados para o estudo sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no combate à Covid-19 publicado recentemente pela revista The Lancet.
O estudo serviu para que a Organização Mundial da Saúde e vários governos nacionais mudassem suas políticas em relação ao medicamento, suspendendo testes clínicos com a droga.
Ele foi contestado, porém, em uma carta aberta subscrita por dezenas de pesquisadores — e, depois dessa contestação, a própria OMS voltou atrás e retomou seus testes com a hidroxicloroquina.
Segundo a investigação do Guardian, a Surgisphere –que, até o momento, não abriu os dados do estudo nem explicou a metodologia utilizada– é pouco conhecida no mercado americano de análise de dados. Seus funcionários listados na rede social LinkedIn eram apenas seis na semana passada, e nenhum deles parecia ter formação em ciência; entre eles, um escritor de ficção científica e uma modelo de “entretenimento adulto”.
Embora a empresa alegue possuir um dos maiores bancos de dados hospitalares do mundo, ela quase não tem presença on-line, prossegue o jornal britânico. O link “entre em contato” na homepage da Surgisphere redireciona os usuários para um site de criptomoedas.
Além disso, Sepan Desai, que se apresenta como CEO da Surgisphere e é um dos signatários do estudo, foi citado em três processos por negligência médica, não relacionados a seu banco de dados –acusações que ele nega.
E a página de Desai na Wikipedia foi apagada logo após o Guardian fazer perguntas sobre a empresa.
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