Reino Unido: desafios econômicos e políticos pré-eleições
Apesar de voltar a crescer no primeiro trimestre deste ano, economia britânica ainda enfrenta dificuldades enquanto partidos tentam convencer eleitores
A economia do Reino Unido entrou em recessão no segundo semestre de 2023, colocando o governo do primeiro-ministro Rishi Sunak sob pressão adicional em um ano eleitoral crucial. O Produto Interno Bruto (PIB) britânico encolheu 0,3% nos últimos três meses do ano passado, após uma contração de 0,1% no trimestre anterior, conforme dados divulgados pelo Escritório de Estatísticas Nacionais.
Essa recessão se revelou mais severa do que as previsões dos economistas, que esperavam uma queda de 0,1% no último trimestre de 2023. A estagnação econômica, que persiste há quase dois anos, complica a situação para Sunak, que havia prometido revitalizar a economia antes das eleições legislativas antecipadas para 4 de julho.
Impactos e Reações
Apesar do crescimento do PIB britânico no primeiro trimestre deste ano, a fraqueza econômica aumentou a pressão para que o Banco da Inglaterra reduza as taxas de juros ainda este ano. No mercado financeiro, a precificação da cuva de juros futuros indica que os agentes econômicos esperam o início dos cortes somente após setembro, mesmo com os últimos dados de inflação apontando desaceleração da pressão sobre os preços.
Empresas britânicas pedem por mais suporte do governo no próximo orçamento. O ministro das Finanças, Jeremy Hunt, apesar do cenário desfavorável, aponta sinais de recuperação e defende a continuidade das políticas de redução de impostos sobre o trabalho e as empresas. “Estamos preparados para fazer o trabalho árduo para reduzir os impostos porque sabemos que isso conduzirá a mais crescimento para a economia e a mais prosperidade para as famílias britânicas“, afirmou o ministro em coletiva de imprensa recente, como forma de também contrapor a política conservadora com a da oposição trabalhista – que defende maior presença do Estado.
Contexto Político
A decisão de Sunak de antecipar as eleições foi vista como uma tentativa de capitalizar notícias econômicas relativamente positivas, como a recente redução da inflação para 2,3%. No entanto, o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, continua a crescer nas pesquisas eleitorais, oferecendo uma dura competição aos Conservadores.
Sunak, no cargo desde outubro de 2022, enfrenta o desafio de unificar seu partido e reverter a perda de apoio popular. A dissolução do Parlamento, aprovada pelo rei Charles III, coloca o futuro político do Reino Unido em jogo.
As eleições legislativas de 4 de julho não só determinarão a liderança política do país, mas também refletirão a resposta do eleitorado às políticas econômicas e sociais implementadas durante um período de incerteza e dificuldades.
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