Reino Unido adota cigarros eletrônicos como estratégia para reduzir tabagismo
Descubra como o Reino Unido está usando os cigarros eletrônicos em sua estratégia pioneira de redução de danos para erradicar o tabagismo até 2030. Saiba também sobre os debates de regulamentação desses produtos no Brasil.
O Reino Unido, de forma pioneira, estabeleceu a meta de reduzir o número de fumantes em seu território para 5% até 2030. Como uma peça crucial dessa estratégia, o país escolheu adoção dos cigarros eletrônicos como um meio de redução de danos.
A ideia da redução de danos apareceu pela primeira vez em 1926, na Inglaterra, por meio do Relatório Rolleston, elaborado por um grupo de médicos. Esse relatório defendia a ideia de que o melhor modo de tratar pacientes com dependência química era reduzindo o uso e com acompanhamento médico.
Essa visão foi contrária às propostas de abstinência que eram utilizadas na época, mas mostrou-se efetiva e vem sendo a base para as medidas de redução de danos discutidas em políticas públicas de saúde.
Os vaporizadores como alternativa ao cigarro comum
No início do ano de 2023, o Ministério da Saúde do Reino Unido implementou um programa chamado Swap-to-Stop (Trocar para parar). O objetivo desse programa é distribuir um milhão de kits de cigarro eletrônico para adultos fumantes que desejam diminuir o consumo ou parar de fumar completamente.
Esses vaporizadores foram escolhidos para esse propósito após uma extensa revisão científica encomendada pelo Departamento de Saúde Pública. Os pesquisadores da King’s College London foram responsáveis pela revisão de mais de 400 estudos sobre o cigarro eletrônico.
Os resultados desse estudo apontaram que o cigarro eletrônico pode ser até 95% menos prejudicial do que o cigarro comum. Isso significa que ele é 20 vezes menos prejudicial e que pode ser um ferramenta importante para a redução de riscos associados ao consumo de cigarros convencionais.
O debate sobre a regulamentação dos vaporizadores no Brasil
A decisão do governo inglês é um exemplo bem-sucedido que pode ajudar a promover a discussão sobre a regulamentação dos vaporizadores no Brasil.
Atualmente, a fabricação, importação e a comercialização desses produtos são proibidas no Brasil desde 2009, por determinação da Anvisa. Contudo, espera-se que a Agência retome a discussão sobre regulamentação ainda este ano.
Além disso, no dia 28 de setembro, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado realizou uma audiência pública sobre o tema. O debate se focou na necessidade de regulamentação deste mercado no país e no risco ocasionado pela falta de regras sanitárias.
Desse modo, é fundamental lembrar que vaporizadores e produtos de tabaco aquecido são destinados a maiores de 18 anos e que eles não são isentos de riscos. Todavia, a redução de riscos de vaporizadores e produtos de tabaco aquecido é baseada nas evidências científicas mais recentes disponíveis e desde que haja a substituição completa do consumo de cigarros tradicionais.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)