Recuo de Petro expõe fragilidade colombiana, diz jornal
Bastidores revelam caos no governo colombiano e pressão de aliados para evitar colapso econômico
O presidente colombiano Gustavo Petro enfrentou uma crise internacional no último domingo, 27, ao tentar barrar dois voos militares dos Estados Unidos que deportavam cidadãos colombianos.
Segundo reportagem do The New York Times, a decisão inicial de Petro não apenas enfureceu Donald Trump, mas também provocou uma reação em cadeia que expôs fragilidades internas do governo e a pressão de aliados para evitar danos irreparáveis à economia do país.
Petro surpreendeu até mesmo seus ministros ao anunciar, por redes sociais, que havia revogado a permissão de pouso das aeronaves americanas. A declaração aconteceu em meio a relatos de condições degradantes enfrentadas por deportados em voos anteriores, mas também sem considerar mudanças recentes nas políticas migratórias de Trump, que autorizaram o uso de aviões militares para deportações.
A insurgência de Petro rapidamente gerou pânico em Bogotá. Trump reagiu com ameaças de tarifas de 25%, sanções financeiras e suspensão de vistos para funcionários do governo colombiano. A tensão escalou quando Trump ameaçou dobrar as tarifas, provocando alertas de ministros colombianos sobre os impactos econômicos devastadores.
Nos bastidores, a crise expôs as divisões no governo Petro. Ministros como Laura Sarabia, chanceler recém-nomeada, apelaram por uma solução rápida, enquanto ex-presidentes colombianos, incluindo Álvaro Uribe, colocaram de lado suas diferenças ideológicas e mobilizaram contatos em Washington, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, para interceder em favor de Bogotá.
Segundo fontes citadas pelo jornal, Petro cedeu após intensas negociações no domingo. Os EUA se comprometeram a transportar os deportados sem algemas e em aviões civis, o que permitiu ao presidente colombiano reivindicar algum crédito pela “dignidade” dos colombianos.
Analistas consideram o resultado uma vitória esmagadora para Trump, que reforçou sua política de deportações enquanto subjugava um de seus principais aliados regionais.
Além disso, a crise deixou rastros para a política interna de Petro. Sua abordagem foi criticada por empresários e parlamentares, que acusaram o presidente de agir impulsivamente, colocando a economia em risco. “Trump enviou um recado claro à região: ou seguem as regras, ou sofrem as consequências”, afirmou um analista ouvido pelo The New York Times.
Com a crise encerrada, Petro reafirmou sua posição contra deportações forçadas, mas a mensagem que ficou para a América Latina é de que os EUA estão dispostos a usar seu peso econômico e diplomático para impor sua agenda migratória.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (2)
Celso scatena
28.01.2025 15:42Pensam mais na publicidade e na narrativa demagógica do que nos interesses nacionais.
Marian
28.01.2025 12:59Isso tem um nome; vergonha alheia