Crusoé: Quem é Daniel Scioli, que deve deixar embaixada da Argentina no Brasil
Atual embaixador da Argentina em Brasília, Daniel Scioli, foi anunciado nesta terça-feira, 30 de janeiro, para assumir novo cargo
O atual embaixador da Argentina em Brasília, Daniel Scioli (à esquerda na foto), foi anunciado nesta terça-feira, 30 de janeiro, para assumir o recém-criado cargo de secretário de Turismo, Ambiente e Esportes do governo de Javier Milei.
A secretaria integrará o Ministério do Interior, comandado por Guillermo Francos.
“Junto ao presidente Javier Milei, nos reunimos com Daniel Scioli, que assumirá a Secretaria de Turismo Ambiente e Esportes”, publicou Francos no X, ex-Twitter.
O ministro ainda afirmou que Scioli deixará a embaixada.
“Obrigado Daniel pela grande tarefa desempenhada pelo nosso país como Embaixador no Brasil, reconhecido por todos os setores, e por deixar esse destino, para se juntar à nossa equipe”, afirmou Francos em comentário à sua publicação original do anúncio.
Nem Scioli nem a embaixada da Argentina em Brasília se posicionaram sobre a notícia.
Na missão argentina no Brasil, Scioli conseguiu desenvolver as relações diplomáticas, apesar da hostilidade entre os presidentes Alberto Fernández e Jair Bolsonaro, e, desde 2023, na rixa entre Javier Milei e Lula.
Scioli ainda aguardava aval do Senado argentino para poder se manter no comando da embaixada argentina — apesar de ser uma recondução vinda da gestão de Alberto Fernández, ele precisa de aval com a mudança de governo.
Milei agora precisará encaminhar um novo pedido ao Senado com seu novo indicado à embaixada em Brasília, exceto se o nomeado for diplomata de carreira, o que não é o caso de Scioli.
Por que Scioli assume novo cargo agora?
Segundo o cientista político argentino Marcos Novaro, da Universidade de Buenos Aires (UBA), a mudança de cargo de Scioli se deve mais ao cenário político argentino do que às relações com o Brasil.
“O governo Milei precisa muito de personagens políticos e experiência em relações com governadores, prefeitos, sindicalista, dentre outras forças”, diz Novaro.
“E capazes de explorar o atual processo de rompimento da união de bases peronistas sob o kirchnerismo”, acrescenta.
O anúncio de Scioli na secretaria de Turismo vem em meio a turbulências nas negociações para a votação do projeto de lei ómnibus no plenário da Câmara dos Deputados, com sessão convocada para a manhã desta quarta, 31 de janeiro.
Os governadores estão entre as principais forças que resistem ao texto de Milei e já forçaram o governo a derrubar toda a reforma fiscal prevista no projeto original.
De onde vem Scioli?
Peronista, e sempre tendo integrado o principal partido do movimento, o Partido Justicialista, Daniel Scioli está na política argentina desde a década de 1990.
Scioli foi eleito deputado nacional em 1997, durante o governo do peronista liberal Carlos Menem, a quem apoiava. Ele comandou a comissão de Esportes da Câmara por quatro anos.
Após o caos social do colapso do governo De La Rúa e na queda de outros três presidentes, tudo em dezembro de 2001, Scioli foi nomeado ministro de Esportes e Turismo pelo presidente Eduardo Duhalde, desafeto de Menem.
Em 2003, ao fim do governo Duhalde, Scioli se elegeu vice-presidente da Nação, na chapa do peronista intervencionista Néstor Kirchner.
Quando Scioli chegou ao topo do peronismo?
Como Kirchner não buscou a reeleição direta em 2007, preferindo se manter no poder através da eleição de sua esposa, Cristina, Scioli concorreu ao governo da Província de Buenos Aires naquele ano. E ganhou.
Ele passou…
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