Quantas sanções são necessárias para parar a Rússia?
A União Europeia toma medidas drásticas: novo pacote de sanções proíbe exportação russa de gás natural liquefeito.
Nesta segunda-feira, foi anunciado pela União Europeia (UE) o lançamento do 14º pacote de sanções direcionadas à Rússia. Este novo conjunto de restrições intensifica as medidas já impostas desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, atacando principalmente as exportações de gás russo, uma nova frente na estratégia de sanções do bloco.
As relações entre a Rússia e o mundo ocidental têm se deteriorado de forma contínua devido à invasão russa na Ucrânia, com a UE e seus aliados procurando formas de limitar os recursos econômicos que sustentam a campanha russa. Essas sanções representam uma tentativa de fechar lacunas anteriores e atenuar ainda mais a capacidade econômica russa de persistir no conflito.
Qual o foco das novas sanções da UE contra a Rússia?
Dentro do novo pacote, a proibição de transbordos de gás natural liquefeito (GNL) nos portos da União Europeia é talvez a medida mais significativa. Isso significa que cargas de GNL não poderão ser transferidas de um navio para outro, uma prática anteriormente comum utilizada pela Rússia para manter seu comércio de gás com a Ásia através dos portos europeus.
Impacto das sanções no setor de energia russo
Apesar das novas sanções, especialistas do mercado de gás apontam que o impacto pode ser menor do que o esperado. A Europa continua a ser um consumidor de GNL russo, e os transbordos afetados compõem cerca de 10% do comércio russo de GNL destinado à Ásia. Contudo, a eficácia total das sanções dependerá do compromisso dos Estados membros da UE em fiscalizar e executar efetivamente as novas regras.
Expansão das sanções para outras áreas
Além das restrições sobre o GNL, o pacote também inclui sanções contra indivíduos e entidades envolvidas em “atividades cibernéticas maliciosas”. Foram adicionadas 116 novas entradas à lista de sanções, elevando o número para mais de 2.200, e ainda expandiu-se a cooperação contra entidades ligadas a serviços de inteligência e segurança russos.
- Proibição do uso do sistema de pagamentos SPFS da Rússia por bancos da UE fora da Rússia.
- Restrições ao financiamento de ONGs e think tanks que possam contribuir com a capacidade estratégica russa.
- Atraso na implementação de um sistema de rastreabilidade para diamantes importados até março de 2025, indicando uma revisão das políticas de importação de diamantes.
Além disso, a avaliação das sanções sobre a Bielorrússia, uma “grande lacuna”, como descrito por diplomatas, ilustra a contínua adaptação e alinhamento das estratégias de sanções pela UE, buscando limitar qualquer forma de apoio indireto à Rússia através de países terceiros.
Estas sanções, embora complexas e variadas em seus objetivos e métodos, representam um passo marcante dos países da UE na tentativa de responder às ações russas na Ucrânia, refletindo um esforço contínuo e robusto em impedir que o conflito seja alimentado por recursos externos facilitados pela própria Europa.
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