Qual a função da celebração da tortura na Rússia?
Os quatro suspeitos pelo atentado apareceram no tribunal espancados e machucados. Um está sem metade da orelha, outro está caído no chão enquanto um fio aplica choques elétricos em seus órgãos genitais
Quando os quatro suspeitos de serem terroristas do Estado Islâmico foram apresentados ao juiz em Moscou, no domingo, 24 de março, o Estado russo mostrou mais uma vez o seu lado abertamente brutal.
As autoridades russas expuseram os prisioneiros vítimas de abusos. As imagens correspondem a uma estratégia cuja mensagem é sempre a mesma: o inimigo é um animal. Você pode fazer qualquer coisa com ele.
Os quatro agressores do Tajiquistão foram todos marcados por tortura; um deles não tinha uma orelha, outro foi levado ao tribunal numa cadeira de rodas, desmaiou várias vezes e foi ligado a um cateter urinário.
Guerra e tortura celebradas publicamente
A Rússia depende da propaganda de violência. A distribuição de imagens de suspeitos de terrorismo maltratados não é casual. Ela também serve para intimidar não apenas os terroristas, mas qualquer oponente do regime de Putin.
A tortura geralmente ocorre em segredo, mas, desde o ataque devastador de sexta-feira, 22 de março, o aparelho repressivo da Rússia tem celebrado publicamente os maus tratos aos suspeitos de terrorismo.
Vídeos em canais próximos do Kremlin mostram os detidos em poses humilhantes: de joelhos. Um deles está sem metade da orelha, outro está caído no chão enquanto um fio aplica choques elétricos em seus órgãos genitais. Os quatro homens aparecem no tribunal espancados e machucados.
Depoimentos
Declarações judiciais diziam que dois dos suspeitos reconheceram sua culpa no ataque, embora a condição dos homens levantasse questões sobre se eles estavam falando livremente. Houve relatos conflitantes nos meios de comunicação russos que afirmavam que três ou todos os quatro homens admitiram a responsabilidade.
Segundo a agência de notícias Ria Novosti, trata-se de um pai e dois filhos, um deles nascido no Tadjiquistão, com nacionalidade russa.
O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque. Mesmo assim, as autoridades russas tentam, de alguma forma, vincular o ataque a Ucrânia, que nega qualquer vinculação com o ocorrido.
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