Putin visita Xi Jinping: “parceria sem limites”
Essa visita é a primeira desde que ambos os líderes proclamaram uma parceria "sem limites" há mais de dois anos, em resposta ao que consideram interferências americanas.
Putin visita Xi Jinping em busca de apoio para a intervenção na Ucrânia, em um momento crítico para Moscou. Esta aliança, entretanto, coloca Pequim em uma posição delicada, forçando a diplomacia chinesa a equilibrar seus interesses econômicos com a Europa e o robusto laço político com a Rússia.
Segundo Shen Dingli, especialista em relações internacionais de Xangai, “embora a Rússia seja um aliado estratégico, a China precisa manter boas relações com o Ocidente por razões econômicas e geopolíticas”.
Essa visita é a primeira desde que ambos os líderes proclamaram uma parceria “sem limites” há mais de dois anos, em resposta ao que consideram interferências americanas.
O encontro ocorre após celebrações da quinta posse de Putin e uma visita de Xi Jinping à Europa, onde foi recebido com honras, mas sem concessões significativas sobre comércio ou Ucrânia. Essas movimentações sublinham o papel de Xi e Putin como figuras centrais em um tabuleiro global onde buscam redefinir o equilíbrio de poder, desafiando a hegemonia americana.
“Agressão russa não será premiada”, diz presidente italiano
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou categoricamente que a invasão russa da Ucrânia não pode ser resolvida com concessões que premiem a agressão. Mattarella defendeu que a paz só será alcançada com o restabelecimento completo da soberania e integridade territorial da Ucrânia.
Segundo Mattarella, a Itália, atual líder das reuniões do G7, junto a vários parceiros internacionais, tem defendido que o apoio deve ser incondicional às nações que sofrem ataques violando o direito internacional e a Carta da ONU. “Nenhum estado, por mais poderoso ou armado que seja, pode pensar em violar os princípios de soberania, integridade territorial e independência de outro país sem enfrentar sanções”, ressaltou.
Durante o discurso, o presidente italiano relembrou que o fim das duas guerras mundiais e a queda da União Soviética trouxeram novas esperanças para a Europa, mas “a Rússia assumiu a grande responsabilidade histórica de trazer a guerra de volta ao coração do continente europeu”.
O conflito, que ultrapassa o âmbito regional, tem afetado diretamente a segurança alimentar e energética global, particularmente em partes da África, segundo Mattarella. Ele criticou duramente a Rússia por desperdiçar os dividendos da paz que incentivaram a alocação de recursos para o desenvolvimento ao invés de armamentos após o fim da Guerra Fria.
Mattarella reiterou o compromisso da Itália e de seus aliados em buscar uma solução pacífica e duradoura para o conflito, mas enfatizou que qualquer acordo deve respeitar os princípios fundamentais do direito internacional. “Se a paz deve ser justa e duradoura, ela deve ser baseada nos princípios nobres e inalienáveis do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, concluiu.
Putin expurga liberais e coloca governistas nas universidades
Vladimir Putin, ao se aproximar de 25 anos no poder na Rússia, tem promovido uma ampla reformulação no sistema educacional do país, removendo influências liberais e fortalecendo uma narrativa patriótica.
Sob sua diretriz, programas de humanidades que incluíam estudos sobre democracia e história dos EUA foram eliminados em universidades renomadas como a Universidade Estatal de São Petersburgo. A nova orientação curricular glorifica a Rússia, diminui a Ucrânia e revisa a história soviética de maneira favorável ao Kremlin.
Desde o início da invasão da Ucrânia em 2022, professores e alunos que se opuseram à guerra enfrentaram demissões e expulsões, enquanto aqueles que se voluntariaram para combater na Ucrânia são celebrados como heróis, prometendo uma nova elite nacional.
Este isolamento acadêmico da Rússia do Ocidente e a repressão à liberdade de pensamento representam a mais profunda transformação educacional desde os anos 1930. A situação é semelhante em outras universidades importantes do país, onde a ideologia nacionalista vem substituindo progressivamente as perspectivas liberais.
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