Putin faz nova ameaça nuclear
O líder russo destacou a prontidão das forças nucleares russas, reforçando que a doutrina de segurança nacional do país contempla o uso de tais armamentos em defesa da existência do país
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reafirmou a disposição do país em utilizar armas nucleares caso sua soberania ou independência estejam ameaçadas.
Desde o início da invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, Putin tem reiterado a capacidade e a disposição russas de recorrer ao arsenal nuclear, com o mais recente aviso ocorrendo em seu discurso à nação no mês passado, no qual alertou o Ocidente sobre os riscos de um aprofundamento no envolvimento no conflito ucraniano.
Questionado sobre a possibilidade de uso de armas nucleares táticas na Ucrânia, Putin assegurou que tal medida ainda não se fez necessária e suas declarações sugerem uma tentativa de dissuadir o avanço ocidental no apoio à Ucrânia.
Putin caracterizou a postura dos aliados da OTAN como desprovida de limites em sua hostilidade contra a Rússia, indicando que, sob tal perspectiva, a Rússia também não se restringiria em suas respostas.
O líder russo destacou a prontidão das forças nucleares russas, reforçando que a doutrina de segurança nacional do país contempla o uso de tais armamentos em defesa da existência do país. Putin expressou confiança na compreensão, por parte do presidente americano Joe Biden, dos perigos de uma escalada para um conflito nuclear.
No âmbito eleitoral, Putin apontou os ataques com drones na Rússia, atribuídos à Ucrânia, como tentativas de desestabilizar as eleições presidenciais russas, nas quais sua reeleição é certa.
Putin sem adversários na eleição
As eleições na Rússia serão realizadas de 15 a 17 de março. O vencedor já é conhecido: será o presidente Vladimir Putin, que governa desde 1999. Nesta eleição, ele não terá verdadeiros adversários.
Na urna, Putin estará acompanhado por Nikolai Kharitonov do Partido Comunista, Leonid Slutsky do Partido Liberal Democrático e Vladislav Davankov do Novo Partido do Povo.
No entanto, todos eles são considerados parte da “oposição sistêmica”. Eles nunca criticam o governo e, ao se apresentarem como oposição formal, são úteis ao regime que deseja parecer democrático, apesar de ser apenas uma encenação. Essa mesma estratégia é empregada na Venezuela de Nicolás Maduro.
Nenhum dos candidatos que aparecerão nas urnas este mês expressou críticas à guerra na Ucrânia ou ao autoritarismo de Putin.
Logo após ser indicado por seu partido em dezembro, Leonid Slutsky afirmou que não tinha intenção de desafiar Putin: “Não vou tirar votos do presidente da Rússia. Não vou pedir votos contra Putin”.
Aqueles que poderiam ser verdadeiros opositores foram exilados, presos ou assassinados, como Alexei Navalny.
A Constituição russa permite que indivíduos concorram como candidatos independentes sem filiação partidária. Contudo, a lei exige que apresentem um abaixo-assinado com 100 mil assinaturas.
Dois russos contrários à invasão da Ucrânia tentaram se candidatar de forma independente: o comentarista de televisão Boris Nadezhdin e a jornalista Yekaterina Duntsova.
Entretanto, eles foram impedidos pela comissão eleitoral, que alegou haver assinaturas falsas nos documentos submetidos.
Nesta segunda-feira, dia 11, a agência de notícias estatal Tass anunciou uma pesquisa indicando que Putin vencerá com 82% dos votos. Em uma eleição sem concorrentes e sem observadores internacionais, o ditador pode alcançar qualquer número que desejar.
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