Putin conseguiu militarizar ainda mais a Europa
Vladimir Putin invadiu a Ucrânia, a pretexto de desmilitarizá-la, entre outras mentiras do criminoso imperialista, mas o que ele está fazendo é militarizar ainda mais a Europa, realizando a proeza de unir o continente em torno de um projeto comum de defesa. A ameaça russa revigorou a Otan (foto), que parecia ferida de morte desde o início da presidência de Donald Trump. Washington aumentou o seu contingente de soldados na Europa e todos os países da aliança militar ocidental que fazem fronteira com a Rússia e a Ucrânia receberam reforços de homens e armamentos...
Vladimir Putin invadiu a Ucrânia, a pretexto de desmilitarizá-la, entre outras mentiras do criminoso imperialista, mas o que ele está fazendo é militarizar ainda mais a Europa, realizando a proeza de unir o continente em torno de um projeto comum de defesa.
A ameaça russa revigorou a Otan (foto), que parecia ferida de morte desde o início da presidência de Donald Trump. Washington aumentou o seu contingente de soldados na Europa e todos os países da aliança militar ocidental que fazem fronteira com a Rússia e a Ucrânia receberam reforços de homens e armamentos. Suecos e finlandeses estão propensos a ingressar na Otan, depois de serem advertidos por Vladimir Putin para não fazê-lo. Ficar sem um escudo coletivo contra Moscou virou quase sinônimo de insanidade.
A União Europeia, que jamais havia financiado o fornecimento de armas para nenhum país, fez isso pela primeira vez em relação à Ucrânia, como observou a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen. É uma mudança de paradigma gigantesca. O bloco agora tem outro atrativo, além do econômico, por embutir também um compromisso com a defesa de todas as suas nações e contar com a maior potência nuclear do continente, depois da Rússia –– a França. É por esse motivo que a Geórgia, por exemplo, ex-república soviética que Vladimir Putin invadiu em 2008, vai pedir para entrar imediatamente na União Europeia, da qual é membro associado.
O presidente francês Emmanuel Macron, atual presidente do Conselho da Europa, é partidário da criação de um exército comum para o bloco — e sempre esbarrou na resistência alemã, principalmente. O quadro mudou desde a invasão da Ucrânia: a criação de uma força de defesa da União Europeia passou a ser vista com simpatia por Berlim e outros países que eram resistentes a essa ideia. Hoje, em pronunciamento em cadeia nacional, Emmanuel Macron anunciou que, nos próximos dias 10 e 11 de março, os líderes europeus discutirão a ideia em Versalhes. “Não podemos depender dos outros para nos defender”, disse ele.
A Alemanha merece atenção especial. A derrota na Segunda Guerra emasculou militarmente a maior potência econômica da Europa e, pelo receio que os alemães inspiram por razões históricas abundantes, a entrada da então Alemanha Ocidental na Otan, na década de 1950, ensejou em resposta a formação do Pacto de Varsóvia, a aliança militar que reunia os países da Cortina de Ferro, numa das principais escaladas da Guerra Fria. Com a invasão da Ucrânia, os alemães, que vinham enviando apenas capacetes para Kiev e impedindo que os britânicos usassem o seu espaço aéreo para fornecer armamentos à Ucrânia, não só decidiram enviar uma grande quantidade de foguetes antitanque e mísseis antiaéreos para o país agredido pela Rússia, como o chanceler Olaf Scholz anunciou que a Alemanha elevará o seu orçamento militar para mais de 2% do PIB. Isso significa algo em torno de 70 bilhões de dólares por ano — quase o dobro do dinheiro destinado por Moscou às suas forças armadas. Ele também afirmou que o governo gastará 100 bilhōes de euros para modernizar as forças armadas do país.
Vladimir Putin conseguiu.
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