Protesto violento na UC Berkeley interrompe evento judaico
O ato criminoso, numa universidade que já foi símbolo da liberdade de expressão, levou a polícia a tirar palestrantes e participantes do local escoltados
A diretoria da Universidade da Califórnia (Berkeley) condenou um protesto que culminou na evacuação forçada de um evento organizado por estudantes judeus.
O ato violento, que incluiu a invasão do Zellerbach Playhouse e a quebra de portas, levou a polícia a tirar palestrantes e participantes israelenses do local em nome da segurança, informou a universidade na quarta-feira, 27.
A diretoria da universidade declarou que o incidente desta segunda-feira à noite “violou não apenas nossas regras, mas também alguns de nossos valores mais fundamentais”. Segundo eles, minutos antes do evento começar, aproximadamente 200 vândalos cercaram o prédio, forçando a entrada e provocando a interrupção e cancelamento do evento.
O tumulto em Berkeley acontece em meio a uma série de atividades antissemitas nos campi universitários após o conflito entre Israel e Hamas. A conferência seria proferida por Ran Bar-Yoshafat, advogado israelense e ex-membro das Forças de Defesa de Israel. Os manifestantes entoaram slogans como “Viva a intifada”, “Ei, ei, ho ho, a ocupação tem que acabar” e “Assassinos no campus”.
O grupo estudantil Bears for Palestine havia postado nas redes sociais sobre o evento, instigando os alunos a “interrompê-lo”. O evento foi transferido para o Zellerbach por ser considerado mais seguro do que a localização original, e uma equipe da polícia da universidade estava presente. No entanto, devido ao tamanho da multidão e à ameaça de violência, o evento teve de ser cancelado.
Dan Mogulof, porta-voz da UC Berkeley, disse na quarta-feira, 27, que a universidade iniciou uma investigação formal e ativou seu processo de código de conduta estudantil. “Abrimos essa investigação criminal porque acreditamos que deve haver consequências para o tipo de comportamento que vimos na segunda-feira à noite.”
Uma alegação de agressão acompanhada de insultos antissemitas está sendo investigada como crime de ódio. Uma segunda denúncia relata que uma vítima foi cuspida e chutada. Uma terceira alega agressão, e a quarta, que a vítima sofreu lesões ao tentar manter uma porta fechada.
Nenhum dos agressores foi identificado até o momento e Mogulof ressaltou que “isso é o que a investigação vai descobrir”, mencionando que todos os vídeos serão revisados e postagens nas redes sociais examinadas. A maioria dos manifestantes estava mascarada, o que complica a identificação. Não havia policiais suficientes para realizar prisões no local, ele acrescentou.
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