Projeto para legalizar morte assistida avança na Inglaterra
O projeto, apresentado pela deputada trabalhista Kim Leadbeater, prevê que esse direito seja exercido após a autorização de dois médicos e um juiz do tribunal superior
No Reino Unido, um passo em direção à legalização da morte assistida foi dado recentemente, quando os parlamentares votaram a favor de um projeto de lei que concederia a adultos terminais, com menos de seis meses de vida, o direito de terminar suas próprias vidas.
Esta medida ainda precisa percorrer um longo caminho antes de se tornar lei. A proposta precisa passar por várias outras etapas no Parlamento antes de sua possível implementação.
Está prevista uma nova avaliação pelos parlamentares em abril do próximo ano. Caso aprovada definitivamente, haveria um período de implementação de dois anos.
O projeto, apresentado pela deputada trabalhista Kim Leadbeater, prevê que esse direito seja exercido após a autorização de dois médicos e um juiz do tribunal superior. Contudo, mesmo com a aprovação inicial, é improvável que essa prática esteja disponível para aqueles com diagnósticos terminais por pelo menos três anos.
Opiniões divididas
A votação dividiu profundamente as opiniões entre os partidos políticos e o gabinete ministerial.
O primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, apoiou a proposta; por outro lado, Angela Rayner, vice-primeira-ministra, e outros líderes se manifestaram contra.
Entre os trabalhistas, 234 parlamentares votaram a favor enquanto 147 se opuseram ao projeto. No entanto, a divisão não se limitou apenas ao Partido Trabalhista; outros partidos também se mostraram divididos nessa questão considerada de consciência individual.
Durante o debate parlamentar que durou cinco horas, foram ouvidos relatos emocionados tanto a favor quanto contra a proposta.
Os deputados compartilharam experiências pessoais relacionadas à doença e à morte, além das preocupações levantadas por seus eleitores sobre a morte assistida.
Críticos do projeto expressaram preocupações quanto às salvaguardas para evitar coerção e exploração dos vulneráveis.
O debate levantou questões complexas sobre ética médica e os limites da intervenção estatal na vida dos cidadãos.
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