Professor universitário da Califórnia é afastado por criticar Hamas Professor universitário da Califórnia é afastado por criticar Hamas
O Antagonista

Professor universitário da Califórnia é afastado por criticar Hamas

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 27.11.2023 10:26 comentários
Mundo

Professor universitário da Califórnia é afastado por criticar Hamas

Um professor judeu que condenou o Hamas está proibido de entrar no campus da USC (Universidade do Sul da Califórnia)..

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 27.11.2023 10:26 comentários 0
Professor universitário da Califórnia é afastado por criticar Hamas
Reprodução: X

Um professor judeu que criticou o Hamas está proibido de entrar no campus da USC (Universidade do Sul da Califórnia). O professor de economia John Strauss ensinava há anos na Universidade da Califórnia. Sua especialidade era a economia dos países em desenvolvimento.

Em 9 de novembro, o professor Strauss se encaminhava para ministrar um curso sobre economia da África Subsaariana quando viu uma grande multidão. Ele se aproximou e percebeu que era uma manifestação pró-Palestina. Ouviu slogans como “Destrua Israel” e apelos para que os EUA revoguem o financiamento para Israel. A manifestação incluiu um comício no qual alguns estudantes gritavam: From the river to the sea Palestine will be free”, uma convocação à destruição de Israel.

“Foi o que ouvi e fiquei com raiva”, disse Strauss ao The Times. O professor, que é titular da USC desde 2004, confirmou que se manifestou em defesa de Israel: “Sou judeu e muito pró-Israel, então gritei: ‘Israel para sempre. O Hamas é assassino’”.

Eis o que levou o professor de 72 anos a ser afastado de suas funções. Ele ousou murmurar sua opinião, que expressou da seguinte maneira: “O Hamas é assassino. Isso é tudo que eles são. Todos deveriam ser mortos e espero que todos sejam mortos”.

Alguns alunos capturaram esses comentários em seus celulares e, em poucas horas, os comentários de Strauss viralizaram no X (ex-Twitter), Instagram, Facebook e TikTok.

À medida, porém, em que se espalhava na internet, a sua fala sofria recortes e o vídeo acabou sendo postado por ativistas anti-Israel de uma forma editada e deturpada por legendas e comentários enganosos, que sugeriam que o professor desejava a morte para todos os palestinos.

“Este professor de economia sionista pisou propositadamente na lista dos mártires antes da nossa marcha e voltou depois e disse ‘todos deveriam ser mortos’”, postou um grupo de estudantes no Instagram. Outra postagem dizia que Strauss ameaçou os estudantes durante uma manifestação no campus por Gaza e desejou que todos fossem mortos. Essa postagem foi visualizada mais de 3,2 milhões de vezes.

Horas depois dos comentários deturpados de Strauss viralizarem, a União Estudantil Muçulmana da USC emitiu uma declaração dizendo que Strauss estava “pedindo repetidamente o assassinato de toda a Palestina” e expressando “um desejo pela morte daqueles que apoiam a Palestina”.

“Tais observações não apenas ultrapassam os limites do discurso acadêmico, mas também incitam perigosamente à violência e contribuem para uma atmosfera hostil no campus”, declarou a União Estudantil Muçulmana em seu comunicado, que pedia aos administradores da USC que “garantissem um espaço seguro para os estudantes se expressarem”.

No dia seguinte ao ocorrido, o professor Strauss foi afastado do campus, em licença administrativa remunerada, e avisado de que não daria mais aulas para seus alunos de graduação naquele semestre.

Pouco depois, uma petição que o acusava de comportamento racista e xenófobo e exigia sua demissão coletou mais de 6.500 assinaturas. Em contrapartida, mais de 9.000 pessoas assinaram outro documento condenando o tratamento injusto dado a Strauss pela Universidade, alegando que ele foi vítima de desinformação e exigindo que a universidade o reintegrasse.

O Conselho de Relações Americano-Islâmicas em Los Angeles, solicitou à USC uma investigação sobre Strauss e requereu medidas para proteger estudantes muçulmanos, palestinos e árabes, bem como quaisquer outros que sejam alvo de ódio e intolerância”.

Já o diretor de liberdade de expressão da PEN America criticou a USC por “uma reação exagerada chocante” e afirmou queo que a USC fez vai contra a obrigação da universidade de promover o diálogo e o debate”.

O reitor disse a Strauss quatro dias depois que ele estava sendo alvo de múltiplas reclamações ao escritório de equidade e diversidade da USC e que continuaria a ser impedido de entrar no campus enquanto as reclamações fossem investigadas.

Nesse ínterim, a caixa de e-mails do professor Strauss foi inundada com insultos e ameaças.

Em sua defesa, o professor tenta apenas reestabelecer os fatos: “A alegação era que eu disse: ‘Mate todos os palestinos’. Nunca disse isso e nunca diria isso. Eu disse: ‘Matem todo o Hamas’. Isso é bem diferente”, afirmou Strauss.

O professor está sendo ajudado por colegas professores judeus e por uma rede de estudantes e ex-alunos: “A implacável campanha de desinformação manchou injustamente a reputação do professor Strauss”, disse uma das alunas.

Questionado se tinha algum arrependimento, Strauss respondeu “não”. “Eu não. Não fiz nada de errado e provavelmente faria da mesma maneira”, completou.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Hezbollah lança cerca de 150 mísseis contra Israel

Visualizar notícia
2

Governo Lula se recusa a informar sobre gastos de Janja em Nova York

Visualizar notícia
3

EUA pedem que cidadãos americanos deixem o Líbano

Visualizar notícia
4

Ramagem é o candidato que mais gastou no Rio

Visualizar notícia
5

Israel fecha escritório da Al Jazeera na Cisjordânia

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Governo Lula se recusa a informar sobre gastos de Janja em Nova York

Visualizar notícia
2

Ramagem é o candidato que mais gastou no Rio

Visualizar notícia
3

EUA pedem que cidadãos americanos deixem o Líbano

Visualizar notícia
4

Hezbollah lança cerca de 150 mísseis contra Israel

Visualizar notícia
5

Israel lista comandantes do Hezbollah mortos em ataque no Líbano

Visualizar notícia
6

Caças de Israel atingem mais de 100 alvos do Hezbollah no Líbano

Visualizar notícia
7

Macron formaliza novo governo na França

Visualizar notícia
8

Marçal critica Bolsonaro por apoio a Nunes: “Escolheu o caminho mais errado”

Visualizar notícia
9

Israel lança ataque amplo contra Hezbollah no sul do Líbano

Visualizar notícia
10

A comitiva de Lula em Nova York

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Hamas Israel pró-Palestina universidade
< Notícia Anterior

Americanas diz ter acordo para aprovação de plano de RJ

27.11.2023 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Cotado para a PGR, Gonet se reúne com Lula no Alvorada

27.11.2023 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

O Antagonista é um dos principais sites jornalísticos de informação e análise sobre política do Brasil. Sua equipe é composta por jornalistas profissionais, empenhados na divulgação de fatos de interesse público devidamente verificados e no combate às fake news.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Israel fecha escritório da Al Jazeera na Cisjordânia

Israel fecha escritório da Al Jazeera na Cisjordânia

Visualizar notícia
Inteligência artificial do Google promete verificação de conteúdo

Inteligência artificial do Google promete verificação de conteúdo

Visualizar notícia
EUA pedem que cidadãos americanos deixem o Líbano

EUA pedem que cidadãos americanos deixem o Líbano

Visualizar notícia
The Line: projeto da Arábia Saudita fracassa

The Line: projeto da Arábia Saudita fracassa

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.