Primeiro-ministro haitiano é barrado na República Dominicana
Crise política no Haiti: Primeiro-ministro Ariel Henry barrado na República Dominicana após caos violento.
Na quarta-feira, 6 de março, a República Dominicana anunciou que impediu que a aeronave do primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, pousasse no país por tempo indeterminado. Informação veio através do porta-voz do governo dominicano, Homero Figueroa.
A consulta e a decisão de não autorizar
Ainda segundo Figueroa, nos dias 4 e 5 de março, os governos dos Estados Unidos e do Haiti questionaram informalmente a República Dominicana sobre a possibilidade de a aeronave que transporta Henry de volta ao Haiti fazer uma “escala indeterminada” no país. “Em ambas as ocasiões, o governo dominicano comunicou a impossibilidade de tal escala, sem receber um plano de voo definido”, elucida o porta-voz.
Reforço na segurança na fronteira
Além de negar autorização, o governo dominicano reforçou a segurança na fronteira com o Haiti, onde dividem a Ilha Hispaniola. Esta decisão foi tomada após Henry negociar o envio de uma missão multinacional de segurança para o Haiti, durante sua viagem ao Quênia. Apesar disso, o Ministério das Relações Exteriores informou que o primeiro-ministro estava em Nova York após a visita à África.
Dúvidas sobre o retorno de Ariel Henry ao Haiti
Em meio à incerteza, Figueroa sublinha que: “É fundamental destacar que a República Dominicana mantém a disposição de continuar cooperando com a comunidade internacional para facilitar o retorno do Haiti à normalidade. Mas é imperativo que qualquer ação adotada não comprometa nossa segurança nacional”. Ariel Henry voltou recentemente de uma viagem a Nova York e se espera que ele retorne ao Haiti, porém, ainda existem dúvidas sobre quando isso ocorrerá.
Cenário de violência no Haiti
Com a ausência de Henry, a violência das gangues que exigem sua renúncia no Haiti intensificou-se e a capital, Porto Príncipe, sofreu grandes impactos. Gangues criminosas atacaram delegacias e a maior prisão do país, permitindo a fuga de mais de quatro mil detentos e deixando um rastro de mortes. Para tentar conter a crise, o governo declarou estado de emergência e impôs um toque de recolher à noite.
A ameaça de guerra civil
Na mesma terça-feira, Jimmy Cherizier, líder de uma aliança de gangues do país, alertou que o Haiti pode entrar em uma guerra civil e viver um genocídio caso o primeiro-ministro não deixe o poder. Ariel Henry governa o país desde o assassinato do então presidente Jovenel Moïse, em 2021, e prometeu realizar eleições e deixar o poder em fevereiro deste ano.
Decisão dos EUA
Os EUA, que até agora não pressionaram Henry a renunciar, concluíram, através do porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, que: “é preciso acelerar a transição de governo”. A violência das gangues no Haiti já fez mais de 300 mil pessoas fugirem de suas casas. Desde janeiro, mais de mil pessoas morreram, ficaram feridas ou foram raptadas.
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