Mesmo estando longe da maioria absoluta necessária para governar sem acordo, os componentes da da aliança de esquerda, Nova Frente Popular (NFP), continuam defendendo um governo saído da aliança e prometeram propor um nome de primeiro-ministro e uma equipe até “o fim de semana”, segundo a deputada do partido A França Insubmissa (LFI), Mathilde Panot.

Um socialista para governar o país

Na Nova Frente Popular há uma esquerda tão radical que, entre eles, os socialistas representam os moderados da aliança

“Acho que para governar este país é necessária uma força silenciosa. Penso que precisamos de um socialista para governar este país porque só há um socialista nesta situação que possa apaziguar, que possa falar com todos”, explicou Benoît Payan, prefeito de Marselha, acreditando também que não haveria “nenhuma razão” para que um deputado da LFI tenha mais chances de acessar a posição.

Bloqueio de preços

O bloqueio de preços é uma medida emblemática da Nova Frente Popular, que está entre as suas prioridades.

Pouco depois do anúncio dos resultados provisórios do segundo turno das eleições legislativas de domingo, que conferiram à Nova Frente Popular (NFP) uma maioria relativa de deputados na futura Assembleia, lembrou Jean-Luc Mélenchon, da sede da La France insoumise (LFI), as prioridades do programa da esquerda unida.

Entre elas destaca-se o “congelamento dos preços” que, a par da “revogação da reforma aos 64 anos” ou do “aumento do salário mínimo”, constituem medidas que, “a partir deste verão podem ser tomadas por decreto sem votação”, disse o líder LFI

“O bloqueio dos preços dos bens de primeira necessidade em alimentos, energia e combustíveis por decreto” vem em primeiro lugar nas medidas de emergência exigidas pelo NFP no seu programa.

Essa proposição já apareceu no programa da Nova União Ecológica e Social Popular (Nupes), aliança de esquerda criada para as eleições legislativas de 2022, sob o nome “Bloquear imediatamente os preços dos bens de primeira necessidade (gasolina, alimentos, energia)”.

No entanto, esta medida, embora deva proteger eficazmente o poder de compra das famílias no curto prazo, está longe de ser unânime entre os economistas. Seus potenciais efeitos nocivos a longo prazo são largamente apontados.

Macron sob pressão

Emmanuel Macron deveria partir na quarta-feira, 10 de julho, para Washington, onde abre uma cimeira da Otan. No entanto, vários executivos do governo e partidos aliados do chefe de Estado manifestaram as suas preocupações sobre a ausência do presidente durante 48 horas no Eliseu, enquanto decorrem negociações em todas as direções para encontrar um próximo governo.

“A esquerda vai concordar com o nome de um primeiro-ministro, temos que nos organizar em todo o corredor. Mas se o presidente for dois dias aos Estados Unidos, nada acontecerá conosco”, teme um ministro, insistindo na necessidade de uma negociação rápida para conseguir uma coligação.

Principalmente porque a sessão da nova Assembleia será aberta no dia 18 de julho, data do início da 17ª legislatura. “Há coisas que podemos discutir até dia 17 e não depois. A demora impede uma negociação global que possa ter em conta posições-chave na Assembleia”, argumenta a mesma fonte.

Emmanuel Macron está de fato ponderando sobre a conveniência de cancelar a sua viagem aos Estados Unidos.