Posições brasileiras “são bem conhecidas”, diz Vieira sobre Gaza
Em seu discurso de abertura da reunião de chanceleres do G20, Mauro Vieira criticou a "inaceitável paralisia" do Conselho de Segurança da ONU
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira (foto), afirmou nesta quarta-feira, 21, que as posições brasileiras em relação à invasão russa na Ucrânia e à resposta de Israel ao ataque terrorista do Hamas “são bem conhecidas”.
Em seu discurso de abertura na reunião de chanceleres do G20, que acontece no Rio de Janeiro, Vieira criticou a “inaceitável paralisia” do Conselho de Segurança da ONU, um dia após os Estados Unidos vetarem a resolução da Argélia sobre Gaza.
“Nossas posições sobre os casos, ora em discussão no G20, em particular a situação na Ucrânia e na Palestina, são bem conhecidas e foram apresentadas publicamente nos fóruns apropriados, como o Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia-Geral da ONU”, disse Vieira.
“As instituições multilaterais, contudo, não estão devidamente equipadas para lidar com os desafios atuais, como o demonstrado pela inaceitável paralisia do Conselho de Segurança em relação aos conflitos em curso. Esse estado de inação implica diretamente em perdas de vidas inocentes. O Brasil não aceita um mundo em que as diferenças sejam resolvidas pelo uso da força militar”, acrescentou.
A posição brasileira sobre Gaza
Como disse Mauro Vieira, a posição do governo Lula sobre a situação em Gaza é bem conhecida. Embora diga condenar os ataques do Hamas, o governo brasileiro insiste em chamar a resposta de Israel ao massacre de 1.200 inocentes de “genocídio”.
No domingo, 18, Lula deu mais uma declaração aloprada sobre o assunto, comparando a ofensiva militar israelense ao Holocausto de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula durante entrevista a jornalistas em Adis Abeba, capital da Etiópia.
O pano para Putin
Lula também tem passado o pano para a invasão russa à Ucrânia, dizendo que Kiev e a Otan têm alguma culpa pela guerra, deflagrada por Vladimir Putin.
Recentemente, Lula também criticou os que responsabilizam o Kremlin pela morte do opositor Alexei Navalny em uma colônia penal na Sibéria.
“Se a morte está sob suspeita, você tem que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu. Vamos acreditar que os médicos legistas vão dizer. O cara morreu disso ou daquilo, para você poder fazer um pré-julgamento. Porque senão você julga agora que foi alguém que mandou matar e não foi e depois você vai pedir desculpas. Para que essa pressa de acusar alguém? (…) Não quero especulação. Então, o cidadão morreu numa prisão, eu não sei se ele estava doente, eu não sei se ele teve algum problema. (…) Porque, senão, é banalizar uma acusação.”
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