Por que a mídia estatal russa elogia tanto Tim Walz?
Rússia analisa candidatos americanos com foco em quem pode ser pior para os EUA e melhor para Moscou
A mídia estatal russa acompanhou de perto a Convenção Nacional Democrata (DNC) dos Estados Unidos, com grande destaque para o governador de Minnesota, Tim Walz, escolhido como candidato a vice-presidente na chapa de Kamala Harris.
Conforme análise de Rebekah Koffler, publicada na Fox News, veículos russos como Pravda e Izvestiya têm coberto cada detalhe, oferecendo análises sobre os possíveis impactos dos candidatos americanos nas relações com Moscou.
Para entender a razão desse interesse, segundo a analista, é crucial lembrar que a Rússia considera os Estados Unidos como seu principal adversário geopolítico, conforme definido em sua doutrina militar. Assim, a mídia controlada pelo Kremlin estuda minuciosamente o cenário político dos EUA, buscando identificar qual liderança americana pode representar maiores desafios para Washington.
Um editorial recente do jornal Kommersant defendeu Tim Walz, apontando que as alegações de que ele seria “pró-China” são infundadas, ressaltando suas posições em defesa de direitos humanos e liberdade religiosa.
Curiosamente, enquanto a imprensa russa tece elogios a Walz, que possui um histórico radicalmente progressista, a cobertura sobre JD Vance, candidato a vice-presidente pelos republicanos, é muito mais limitada. A mídia russa tem retratado Vance como alguém que, apesar de não ser explicitamente “pró-Rússia”, considera a China uma ameaça maior do que Moscou, o que poderia beneficiar indiretamente os interesses russos.
A obsessão da Rússia com a política americana reflete sua estratégia, ainda na visão de Rebekah Koffler, de identificar líderes que possam fragilizar os Estados Unidos internamente, alimentando divisões e políticas que, do ponto de vista de Moscou, seriam “boas para a Rússia”.
Ao apoiar um candidato como Walz, que é visto como um defensor de ideais que a Rússia oficialmente condena, a mídia russa parece buscar uma narrativa que enfraqueça a coesão política e social americana, algo que o Kremlin acredita ser vantajoso em sua disputa global por influência.
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