PGR de Maduro investiga site de contagem de votos da oposição
O portal aponta a vitória do opositor Edmundo González contra o ditador Nicolás Maduro
O procurador-geral do regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, Tarek William Saab (foto), anunciou na quarta-feira, 7, a abertura de uma investigação criminal sobre os editores do site em que a oposição publicou as atas da votação de 28 de outubro para provar que Edmundo González derrotou o ditador venezuelano.
“O Ministério Público da Venezuela informa que, como consequência da publicação irresponsável e temerária no site https://resultadosconvzla.com/ em que se publicam documentos falsos, com os quais se pretende usurpar as funções do Conselho Nacional Eleitoral, decidiu-se abrir uma investigação criminal contra os responsáveis pela publicação e manutenção da referida página, pelos delitos de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, crimes cibernéticos, associação e conspiração”, escreveu Saab no X.
Como mostramos, Saab já havia anunciado a abertura de uma investigação sobre os líderes da oposição, María Corina Machado e Edmundo González Urrutia.
A ação do PGR de Maduro se dá após María Corina e González publicarem uma carta na segunda-feira, 5 de agosto, pedindo às Forças Armadas que “se coloquem ao lado do povo” e reconheçam a eleição do opositor. González assinou a carta como “presidente-eleito”.
“O Ministério Público da República Bolivariana da Venezuela informa ao país que em consequência da divulgação de um Comunicado do ex-candidato Edmundo González e da cidadã María Corina Machado onde, fora da Constituição e da Lei, anunciam falsamente um vencedor do eleições presidenciais que não sejam as proclamadas pelo Conselho Nacional Eleitoral, único órgão habilitado para tal, e nas quais se faz um incitamento aberto aos responsáveis policiais e militares para desobedecerem às leis; decidiu abrir uma investigação criminal contra ambos os signatários do documento inválido”, diz despacho de Saab.
Centro Carter: Edmundo venceu Maduro
A chefe da missão de observação do Centro Carter na Venezuela, Jennie Lincoln, afirmou à agência de notícias AFP que o candidato da oposição Edmundo González venceu o ditador Nicolás Maduro na votação de 28 de julho e que não há evidências de que o sistema eleitoral venezuelano tenha sido alvo de um ataque hacker, como alegou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
“Não temos nenhuma evidência disso”, disse Jennie Lincoln à agência. “Há empresas que monitoram e sabem quando há uma negação de serviço, que não houve negação de serviço na Venezuela no dia ou na noite da eleição.”
A transmissão de dados de votação “é feita por linhas telefônicas e telefones via satélite. Então isso nem é feito com o computador”, acrescentou.
Acadêmicos validam números da oposição
Dezenove acadêmicos e pesquisadores dedicados ao estudo da democracia e da integridade eleitoral assinaram uma carta aberta validando os números do sistema de apuração paralela AltaVista, que apontou a vitória do candidato de oposição Edmundo González na votação realizada em 28 de julho.
O levantamento desmente o resultado apresentado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que declarou a “vitória” do ditador Nicolás Maduro com 52% dos votos, ante 43% de González, sem apresentar as atas.
Segundo o sistema AltaVista, no entanto, o candidato da oposição obteve mais de 66% dos votos, e Maduro, 31%.
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