Pesquisa revela origem do asteroide que extinguiu os dinossauros
Um asteroide que caiu no México há 66 milhões de anos é o responsável pela extinção dos dinossauros. Uma nova pesquisa revela detalhes
Há sessenta e seis milhões de anos, a Terra foi radicalmente transformada por um asteroide que colidiu na Península de Yucatán, em Chicxulub, México. Esse evento causou a extinção de cerca de 75% das espécies animais, incluindo a maioria dos dinossauros e apenas os pássaros sobreviveram. Pesquisadores lançaram um novo estudo nesta quinta-feira (15) no periódico Science, que revela detalhes sobre a composição química desse asteroide catastrófico.
Segundo o estudo, o asteroide que causou o quinto evento de extinção em massa do planeta era uma rara bola de lama rica em argila com materiais oriundos do início do sistema solar. O Dr. Steven Goderis, professor pesquisador de química na Vrije Universiteit Brussel, afirmou que essa descoberta é crucial para compreender a dinâmica do nosso Sistema Solar.
Como o Asteroide Extinguiu os Dinossauros?
Em 1980, cientistas sugeriram que uma grande rocha espacial colidiu com a Terra e resultou na extinção dos dinossauros. Inicialmente, ao invés de encontrar o asteroide, eles descobriram uma fina camada de metal irídio em rochas do mundo todo, datadas de 66 milhões de anos atrás. Esse metal raro na crosta terrestre é abundante em alguns asteroides e meteoritos.
Apesar de ceticismo inicial por parte da comunidade científica, em 1991, foi comprovado que a cratera de Chicxulub tinha a idade correta para ser o resultado de um impacto massivo, alinhando-se com o fim dos dinossauros. Desde então, evidências adicionais confirmaram a teoria de que o impacto do asteroide foi a causa do evento de extinção.
O Que É um Condrito Carbonáceo?
O estudo revelou que o asteroide era um condrito carbonáceo, uma rocha espacial antiga que frequentemente contém água, argila e compostos orgânicos. Pesquisadores coletaram amostras de rochas de 66 milhões de anos atrás da Dinamarca, Itália e Espanha, identificando a presença de rutênio, um metal comum em rochas espaciais.
Comparando a composição do rutênio das amostras coletadas com a de meteoritos condríticos, foi descoberta uma correspondência perfeita com o condrito carbonáceo. Conforme Dr. Goderis, isso sugere de forma convincente que o asteroide que exterminou os dinossauros tinha essa composição específica.
Como Podemos Nos Proteger de Futuros Impactos de Asteroides?
Eventos de impacto similares ao de Chicxulub ocorrem a cada 100 a 500 milhões de anos, mas ainda há uma pequena chance de a Terra sofrer outra colisão com um asteroide gigante. Dr. Goderis enfatiza a importância de entender as propriedades físicas e químicas desses objetos espaciais para desenvolver estratégias de defesa planetária.
O Dr. Ed Young, cosmoquímico da Universidade da Califórnia, Los Angeles, que não participou do estudo, confirmou que a identificação do asteroide como um condrito carbonáceo é uma conclusão sólida. Ele adiciona que essa descoberta enriquece nossa compreensão sobre o evento de extinção que dizimou os dinossauros.
A pesquisa sobre o asteroide Chicxulub não só diminui as lacunas sobre o passado da Terra, mas também nos prepara melhor para lidar com possíveis ameaças futuras. Entender a natureza desses corpos celestes pode ser a chave para desenvolver métodos eficazes de defesa contra colisões catastróficas no futuro.
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