PCC é suspeito de lavagem de dinheiro em clube de Portugal
Organização criminosa estaria participando de transferência de jogadores ao Fafe, da terceira divisão de Portugal, segundo jornal o Público
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol abriu uma investigação, nesta segunda-feira, 18, para apurar suposta ligação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o clube Fafe, da terceira divisão do futebol de Portugal, com o objetivo de lavagem de dinheiro.
“Face à notícia que denuncia financiamentos de origem criminosa em clubes e em transferências de jogadores, o CD [Conselho de Disciplina] decidiu que na próxima reunião vai abrir processos na Secção Profissional e da Secção Não Profissional”, diz o comunicado do Conselho de Disciplina.
Segundo o jornal português O Público, a organização criminosa tentou adquirir times, entre eles o Varzim, Felgueiras e Vila Verdense. Todas as agremiações sondadas pelo PCC são do modelo de Sociedade Anônima Desportiva (SAD), equivalente às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no Brasil.
Negociação de jogadores
Um membro do PCC, que já foi preso em 2010, na Bahia, participava das reuniões com os dirigentes dos times. Além dele, o nome do agente de jogadores Ulisses Jorge é citado como outro participante no esquema de lavagem de dinheiro para a facção criminosa.
Na Associação Desportiva de Fafe, uma equipe situada no distrito de Braga, os empresários envolvidos já estariam atuando na transferência de atletas com a intenção de lavar dinheiro para o PCC.
O clube se posicionou, no último domingo, 17, publicando uma nota sobre o agente Ulisses Jorge:
“Em comunicado enviado este domingo à imprensa, a empresa UJ Football Talent, de Ulisses Jorge, revela que “recebeu com total surpresa e indignação a matéria assinada pelo jornalista Paulo Curado, publicada pelo jornal PÚBLICO, de 17/11/2024, com o título “PCC: maior organização criminosa do Brasil suspeita de lavar dinheiro no futebol português”, e que o autor “sonegou o legítimo direito da parte interessada contribuir para o restabelecimento da verdade dos factos”.
A empresa assegura que “não é verdadeira e é leviana a informação na qual a reportagem se baseia, de que o empresário Ulisses Jorge, CEO da UJ Football Talent, seria suspeito de gerir qualquer tipo de esquema ilegal”.”
Derrite denunciou a presença do PCC
Em outubro, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou em evento no Porto, que o PCC se instalou em Portugal para lavar dinheiro. Segundo ele, os criminosos usavam o país como “uma porta de entrada para a distribuição de drogas na Europa, com uma moeda forte, como o euro, o que é muito mais lucrativo“.
Durante uma visita à capital Lisboa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, levantou a hipótese da presença do PCC em Portugal:
“É possível que alguns membros de facções criminosas tenham vindo para Portugal, até pela facilidade da língua e pelo tradicional acolhimento que Portugal dá aos brasileiros, e que é recíproco, isso pode eventualmente ter facilitado“, afirmou o ministro em julho.
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