Pautas identitárias afundam Kamala, dizem moderados
Apresentador da emissora de esquerda critica políticas de gênero e acusa democratas de alienar eleitores moderados
O ex-republicano Joe Scarborough, apresentador do canal MSNBC, uma das vozes da extrema-esquerda americana, apontou que a derrota de Kamala Harris nas eleições reflete um erro estratégico dos democratas ao abraçar causas radicais, como a inclusão de atletas trans em esportes femininos.
Segundo ele, ao insistir nessas pautas, o partido alienou eleitores que não se identificam com temas progressistas extremos, perdendo a conexão com o americano médio.
Durante o programa “Morning Joe”, Scarborough destacou que essa ênfase em causas culturais — incluindo o apoio a protestos antissemitas em universidades — transformou o Partido Democrata em um movimento percebido como elitista e fora de sintonia com a realidade do eleitorado.
“Já disse isso no ar várias vezes, e toda vez que eu falo, as pessoas dizem: ‘Ah, você está falando isso porque é conservador e branco’. Não. Estou falando isso porque ouvi a mesma coisa de democratas moderados que estão incomodados com essa postura do partido”, afirmou o apresentador.
Scarborough enfatizou que a questão dos atletas trans em esportes femininos é um ponto de ruptura. “Oito em cada dez americanos são contra homens trans competindo com mulheres após a puberdade, e os democratas deveriam entender isso”, argumentou.
Ele citou ainda o caso do governador republicano de Utah, que sugeriu um equilíbrio entre compaixão e justiça esportiva, uma abordagem que Scarborough acredita ser mais popular. “Isso não é complicado. É possível mostrar empatia e, ao mesmo tempo, respeitar as conquistas femininas no esporte”, disse.
A análise de Scarborough reflete uma crescente divisão interna no Partido Democrata, entre setores progressistas e moderados, que veem na extrema-esquerda uma ameaça à conexão com o eleitorado de classe média.
O apresentador relatou que, segundo democratas moderados com quem conversa, muitos jovens em universidades estariam com medo de expressar opiniões conservadoras devido ao risco de “cancelamento”.
A crítica pública à ala ultraprogressista do Partido Democrata surge em um momento delicado. Segundo analistas, a pressão interna para moderar essas pautas deve aumentar após o resultado desfavorável nas eleições.
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