Partido populista vence na Áustria, mas pode ficar fora do governo
O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), liderado por Herbert Kickl, obteve quase 30% dos votos, mas enfrenta a resistência dos principais partidos para formar uma coalizão
O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de Herbert Kickl, venceu as eleições parlamentares deste domingo, 29, com 29,2% dos votos.
Apesar da vitória, o cenário político do país indica que o FPÖ, uma força populista de direita com forte discurso anti-imigração, pode não conseguir formar governo. Os principais partidos austríacos, como o Partido Popular Austríaco (ÖVP), liderado pelo chanceler Karl Nehammer, já declararam que não pretendem colaborar com o FPÖ em uma coalizão.
Kickl, que diz que seu plano de transformar a Áustria em uma “fortaleza da liberdade”, celebrou a vitória como um “mandato claro” dado pelos eleitores para liderar o país. Ele afirmou estar aberto a negociações com todas as forças do parlamento.
Nehammer reafirmou que o ÖVP não fará parte de um governo liderado por Kickl, reiterando uma promessa de campanha de manter distância do FPÖ. Isso reduz as chances do partido populista participar ativamente do próximo governo.
Analistas políticos afirmam que, sem apoio suficiente no parlamento, o triunfo do FPÖ pode ter apenas um impacto simbólico, reforçando a ascensão de forças populistas de direita, mas sem garantir a governabilidade.
“É o melhor resultado da história do Partido da Liberdade em eleições nacionais, mas sem participação no governo, é um símbolo poderoso, mas vazio”, comentou Peter Filzmaier, analista político.
Este cenário na Áustria reflete uma tendência observada em outras partes da Europa, onde partidos populistas de direita têm obtido sucesso eleitoral, mas são barrados de ocupar o poder por alianças entre partidos mais ao centro. Recentemente, o Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve vitórias significativas em estados da Alemanha Oriental, mas também não conseguiu formar governo.
Com 26,5% dos votos, o Partido Popular Austríaco aparece como o segundo colocado, enquanto o Partido Social-Democrata, que sofreu sua pior derrota, obteve 21,1%. Os próximos dias serão decisivos para determinar se Karl Nehammer poderá formar uma coalizão com os social-democratas e outros partidos menores, como o liberal NEOS e os verdes, que fazem parte da atual administração.
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