Parlamento russo dá primeiro passo para revogar proibição total de testes nucleares
O Parlamento da Rússia votou nesta terça-feira (17) para revogar a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), em uma decisão que pode levar ao abandono completo do pacto...
O Parlamento da Rússia votou nesta terça-feira (17) para revogar a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), em uma decisão que pode levar ao abandono completo do pacto.
A retirada da ratificação foi aprovada pela Duma, câmara baixa do Parlamento russo, por 412 votos a zero, sem abstenções, na primeira das três leituras necessárias. A votação final está marcada para o final desta semana.
O presidente Vyacheslav Volodin afirmou que o voto é uma resposta à abordagem dos Estados Unidos em relação à segurança global.
“O nosso voto é uma resposta aos EUA – à sua abordagem grosseira aos seus deveres de manter a segurança global”, disse Volodin, membro do Conselho de Segurança do presidente Vladimir Putin.
Ele também afirmou que as próximas ações da Rússia em relação ao tratado não serão divulgadas.
A Rússia diz que não retomará os testes nucleares a menos que Washington o faça. No entanto, especialistas em controle de armas estão preocupados com a possibilidade de a Rússia estar avançando para um teste nuclear, o que poderia inaugurar uma nova era de grandes potências nucleares.
Os Estados Unidos pediram à Rússia, através das Nações Unidas, que não revogasse a ratificação. No entanto, Moscou justifica sua decisão como um alerta após 23 anos de fracasso por parte dos EUA em ratificar o CTBT, assinado em 1996. A Rússia ratificou o tratado em 2000.
Embora a Rússia revogue a ratificação, ela continuará sendo signatária do CTBT e fornecerá dados ao sistema global de monitoramento que alerta o mundo sobre qualquer teste nuclear.
Desde a entrada em vigor do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, foram realizados apenas dez testes nucleares. A Índia realizou dois testes em 1998, o Paquistão também realizou dois no mesmo ano, e a Coreia do Norte realizou testes em 2006, 2009, 2013, duas vezes em 2016 e 2017, segundo as Nações Unidas.
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