Para Hamas, “só a violência” poderia reanimar a causa palestina
Segundo matéria publicada no New York Times, líderes do Hamas dizem que realizaram os ataques de 7 de outubro contra Israel porque acreditavam que a causa palestina estava desaparecendo e que “apenas a violência poderia reanimá-la”...
Os líderes do Hamas decidiram atacar Israel no dia 7 de outubro por acreditarem que a causa palestina estava desaparecendo e que “apenas a violência poderia reanimá-la”. A informação foi publicada em reportagem do The New York Times nesta quarta-feira, 8, As mais de 1.400 mortes e a captura de 240 reféns não geram “arrependimento”, pelo contrário.
Diz o texto: “Na aritmética sangrenta dos líderes do Hamas, a carnificina não é o resultado lamentável de um grande erro de cálculo. Muito pelo contrário, dizem: é o custo necessário de uma grande conquista – a quebra do status quo e a abertura de um novo capítulo mais volátil em sua luta contra Israel”.
“Era necessário ‘mudar toda a equação e não apenas ter um confronto’, disse Khalil al-Hayya, membro do principal órgão de liderança do Hamas, ao The New York Times em Doha, no Qatar. ‘Conseguimos colocar a questão palestina de volta na mesa, e agora ninguém na região está calmo'”, relata o jornal.
“Espero que o estado de guerra com Israel se torne permanente em todas as fronteiras e que o mundo árabe esteja conosco”, acrescenta Taher El-Nounou, assessor de imprensa do Hamas, mencionado na reportagem.
O jornal americano diz que “o ataque acabou sendo mais amplo e mortal do que até mesmo seus planejadores previam”, em grande parte porque os agressores conseguiram romper as defesas de Israel com facilidade, permitindo-lhes invadir bases militares e áreas residenciais com pouca resistência. Quando o Hamas invadiu uma faixa do sul de Israel, matou e capturou mais soldados e civis do que esperava.
“O ataque foi tão devastador que serviu a um dos principais objetivos dos conspiradores: quebrou uma tensão de longa data dentro do Hamas sobre a identidade e o propósito do grupo. Seria sobretudo um órgão de governo – responsável pela gestão da vida quotidiana na Faixa de Gaza – ou era ainda fundamentalmente uma força armada, incansavelmente empenhada em destruir Israel e substituí-lo por um Estado palestino islâmico?”, diz o jornal americano.
O New York Times finaliza: “Com o ataque, os líderes do grupo em Gaza – incluindo Yahya Sinwar, que passou mais de 20 anos em prisões israelenses, e Mohammed Deif, um comandante militar sombrio que Israel tentou repetidamente assassinar – responderam a essa pergunta. Eles dobraram a aposta no confronto militar.”
A matéria, feita a partir de dezenas de entrevistas com representantes da liderança do Hamas ao longo dos últimos trinta dias, ajuda a desmoralizar a narrativa de que o terrorismo do Hamas seria um efeito colateral indesejado na luta de um povo oprimido que busca uma solução que leve à paz. Os radicais islâmicos não escondem sua intenção de erradicar o Estado de Israel e, se possível, a população israelense junto.
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